“O que é bom a gente mostra; o que é ruim, esconde.”

Do deputado federal Jader Barbalho, presidente regional do PMDB, em entrevista ao programa Argumento, em sua RBA, ao responder a uma pergunta sobre pesquisa do Instituto Vox Populi que avaliou governos de oito Estados e pôs a governadora Ana Júlia Carepa em último lugar, com 23%, ao lado da tucana Yeda Crusius, do Rio Grande do Sul:
“Não conheço o teor dessa pesquisa nem a sua metodologia.”
Tem razão o deputado de mostrar-se reticente em relação a essa pesquisa, cuja metodologia ele não conhece e nem nós a conhecemos.
Mas, e a outra pesquisa? E a outra pesquisa do mesmo Vox Populi? A outra, aquela outra, publicada no Diário do Pará? Sim, no Diário do Pará, jornal do próprio deputado? E essa pesquisa, na qual a governadora aparece com 17%, apenas 17% de aprovação? O deputado também não conhece a metodologia?
Bem que poderia ter sido lembrado na hora da entrevista, bem na horinha, ao deputado Jader Barbalho, sobre a outra pesquisa, encomenda em publicada em próprio jornal. Por que não foi, heim?
Mas sabe como é: não são poucos os que seguem aquela conhecida ética ricuperiana: “O que é bom a gente mostra; o que é ruim a gente esconde.”
O autor – todos sabemos, e o deputado também sabe – dessa assertiva deplorável foi o diplomata Rubens Ricupero, que a pronunciou em 1994, quando era ministro da Fazenda do governo Itamar Franco. A declaração provocou um escândalo tão grande que o ministro exonerou-se logo depois. Ricupero é um homem digno. Tão digno que admitiu a bobagem que falou e pediu demissão.
Por aqui, no entanto, esse “o que é bom a gente mostra; o que é ruim, esconde” não provoca exonerações, não.
Ao contrário, serve de parâmetro de avaliação.