quarta-feira, 28 de maio de 2008

Justiça ignorada e sufoco na rua

No AMAZÔNIA:

No primeiro dia de greve, os rodoviários de Belém, Ananindeua e Marituba ignoraram a determinação do Tribunal Regional do Trabalho de manter 40% da frota de ônibus circulando na Região Metropolitana. Os pontos de parada amanheceram tomados por pequenos aglomerados de pessoas que tiveram que recorrer às lotações feitas por vans, kombis e microônibus para chegar aos destinos. Cobrando R$ 1,50 pela passagem, os transportes alternativos aproveitaram a falta dos ônibus para faturar.
Nas empresas Belém Rio, Icoaraciense, Forte e Nova Marambaia nenhum ônibus saiu da garagem, embora o clima tenha se mantido tranqüilo até as 9 da manhã, sem ocorrência de piquetes. Diretores do Sindicato dos Rodoviários de Belém que monitoravam os pequenos grupos de trabalhadores às portas de cada empresa confirmaram adesão de 100% à greve. 'Não há nenhum ônibus na rua, de nenhuma empresa', garantiu o diretor financeiro do sindicato, Sandro Pereira, que acompanhava o movimento em frente à garagem da Nova Marambaia. O sindicalista também declarou que os rodoviários não vão cumprir a determinação de manter 40% de circulação, a não ser que sejam comunicados oficialmente. 'Falaram que havia uma liminar, mas não recebemos nada. Soubemos somente pela imprensa. Se houver uma liminar de fato, aí será feita uma assembléia para ver o que se decide. Por enquanto, ninguém roda. Até porque os próprios rodoviários estão com dificuldades de sair de casa e também têm medo de rodar desse jeito, de ter o ônibus apedrejado pela população.'
Foi o que aconteceu com uma cobradora que não quis se identificar. Ela esperava há quase uma hora por um ônibus na rodovia Mário Covas, por volta das 6h30 da manhã. 'Se eles decidirem que os ônibus vão rodar, eu tenho que estar na empresa. Mas está difícil chegar. Só estão passando vans, só que eu só tenho o passe especial, não tenho dinheiro para a passagem. Nem sempre fui cobradora, trabalho há menos de dois anos e entendo que é complicado para o usuário quando tem greve, mas os patrões também nunca compreendem o nosso lado. Não aceitam nem atestado médico quando a gente fica doente e usam qualquer coisa como motivo para mandar para rua. Pode ter gente errada, mas tem muita gente que trabalha direito. Eles tomam um por todos.'

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