sexta-feira, 25 de abril de 2008

MST fecha rodovias durante protestos

No AMAZÔNIA:

Cerca de 1,3 mil agricultores ligados ao Movimento de Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) interditaram desde a manhã de ontem as rodovias Belém-Brasília (BR-010) e a PA-275, protestando contra a reintegração de posse da fazenda São Marcos, em Parauapebas, no sudeste paraense, invadida por 600 famílias (duas mil pessoas). A tropa do Batalhão de Choque da Polícia Militar, com 500 homens e reforço de 102 policiais civis, tinha ordem judicial para retirar as famílias, que armaram barricadas e sacos de areia em volta das barracas de lona para resistir à desocupação.
A ocupação de uma das rodovias, a BR-010, em Irituia, nordeste paraense, terminou por volta das 14h30, depois de muita negociação, porém sem confrontos com a polícia. Já a PA-175, em Eldorado de Carajás, continuava interditada até a noite de ontem, sem previsão de desocupação. Os manifestantes impediram a passagem de veículos e provocaram um congestionamento de mais de cinco quilômetros no local. A pista só foi desocupada depois que os sem-terra receberam uma ligação de lideranças do movimento que estavam negociando a situação com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o governo do Estado.
Segundo o oficial Max Silva, da Polícia Rodoviária Federal, em Eldorado, o clima continuava tenso. Os sem-terra impediram a passagem de ônibus e até de uma viatura da Polícia Rodoviária Estadual, além de carros pequenos. Passageiros tiveram que andar dois quilômetros até a barreira montada pela Polícia Militar para seguir viagem. O Corpo de Bombeiros, 500 policiais militares e a cavalaria da PM montaram acampamento no local para qualquer emergência. Em Eldorado de Carajás, o protesto é organizado pelos sem-terra do acampamento 'Joel Teixeira', onde vivem cerca de duas mil pessoas, divididas em 600 famílias.
Os invasores exigiam uma outra área para deixar a São Marcos e liberar as duas estradas. Líderes religiosos, representantes dos governos estadual e federal, sindicalistas e ativistas de direitos humanos buscavam uma solução para o problema, temendo um confronto. Os fazendeiros da região também pressionam as autoridades paraenses para que façam cumprir a liminar de reintegração de posse expedida pela Vara Agrária de Marabá para outras 16 fazendas. Eles ameaçam tirar na marra, com homens armados, os agricultores do MST se a Polícia Militar não o fizer.
A presença do MST na fazenda São Marcos aumentou no dia 17 passado, durante o fechamento da ferrovia de Carajás pelo movimento em dobradinha com garimpeiros de Serra Pelada. A sede foi também invadida e os empregados expulsos com seus pertences e animais de estimação. No dia seguinte, 18, os agricultores deixaram a sede, mas permaneceram nos fundos da propriedade de 1,7 mil hectares.

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