sexta-feira, 25 de abril de 2008

Comissão de Direitos Humanos ouve bispo do Marajó

Dom José Luiz Azcona, bispo da Prelazia do Marajó, recebe, nesta sexta-feira (25), a partir das 17h, na sede da CNBB, em Belém, a Comissão dos Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Pará. Os parlamentares, por sugestão do deputado estadual Arnaldo Jordy (PPS), vão ouvir o religioso a respeito das denúncias de exploração infantil na ilha. Em entrevista coletiva, o bispo denunciou graves casos de violação dos direitos humanos envolvendo mulheres, adolescentes e crianças no arquipélago localizado no norte do Pará.
Dom Azcona destacou a situação alarmente envolvendo exploração sexual na região e afirmou que o poder público, mesmo ciente, até o momento não tomou qualquer medida mais séria para modificar esse quadro. Na coletiva, o religioso acusou as autoridades policiais que, segundo ele, acabam sendo coniventes, chegando a se envolver em casos de tráfico humano, denúncias estas que já foram encaminhadas à Secretaria de Justiça do Estado do Pará.
O bispo também relatou as ameaças de morte que ele e outras pessoas como os bispos dom Flávio Giovenale e dom Erwin Krautler, ambos do Regional Norte 2 da CNBB, vêm sofrendo. Segundo dom Azcona, o bispo do Xingu (PA), Dom Erwin, é ameaçado por defender os direitos indígenas e por acompanhar de perto o andamento do "Caso Dorothy", e dom Flávio por acompanhar o caso da menor mantida presa com homens em uma delegacia no município de Abaetetuba (nordeste do Pará).
“Segundo o Núcleo de Estudos da Violência da USP, o Pará é o Estado que tem a maior variedade de casos de exploração sexual de crianças e adolescentes: leilões de meninas virgens, prostituição de adolescentes de 10-15 anos, estupro, incesto, abuso sexual de menores, sedução”, lembra Jordy, que sugeriu a visita ao bispo. Para o deputado, não é possível ignorar as afirmações do religioso. “Além de confirmar as denúncias, esperamos poder contribuir de alguma forma para o esclarecimento e a busca de soluções para este grave problema em nosso Estado”, explica.

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