sábado, 26 de abril de 2008

Casal não irá à simulação, diz avô de menina

Na FOLHA DE S.PAULO:

Alexandre Nardoni, 29, e Anna Carolina Jatobá, 24, apontados pela polícia como os principais suspeitos da morte da menina Isabella, 5, não vão comparecer à simulação do crime marcada para amanhã.
A decisão foi informada ontem pelo advogado Antonio Nardoni, pai de Alexandre e avô de Isabella. "Eles não vão. É uma decisão técnica. Os advogados acharam melhor eles não irem. Então, eles não vão comparecer, não. Já foi protocolada uma petição na delegacia comunicando", afirmou.
O avô de Isabella nega ser uma mudança de estratégia da defesa. Ele diz não ver prejuízo à imagem do casal em razão disso. Até agora os advogados argumentam que uma das provas da inocência dos dois é o fato de sempre colaborarem com o trabalho da polícia.
"Eles não têm criado nenhuma dificuldade para que a polícia faça as investigações. Só acho que eles não deveriam ir a um local onde eles não concordam com o que a polícia entende que seria correto e eles têm a versão deles. É uma opção que a lei dá. Como pai, acho que eles não devem ir", afirmou.
Para a polícia, o fato de os dois não irem ao local não alterará em nada o trabalho.
O principal objetivo da simulação é comprovar a suposta inconsistência dos depoimentos do casal em relação aos horários. A polícia suspeita que os dois estavam no apartamento quando a menina foi jogada.
Por isso, o cronômetro será o instrumento mais valioso nessa simulação, que também contará com máquinas fotográficas, filmadoras, aparelho de medição de som, computadores portáteis, lâmpadas especiais e bonecos. Além de desenhista, fotógrafo, peritos e um médico legista.
Policiais com portes físicos compatíveis com os do pai e da madrasta de Isabella devem simular os atos atribuídos ao casal. A simulação deve durar aproximadamente dez horas.
Para o advogado Alberto Zacharias Toron, Alexandre e Anna Carolina podem não comparecer à simulação sem nenhum tipo de conseqüência legal, já que a participação dos suspeitos é facultativa. "Eles exercem um direito deles", afirmou.

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