Mãe de policial militar manda para o blog o seguinte comentário anônimo sobre o post PMs são vítimas de estigmas que precisam ser removidos:
Li seus posts posteriores ao meu comentário e depois de um almoço de domingo em família, resolvi vir aqui fazer novo protesto...
Meu amado filho, bem como os filhos de muitas mães foi designado para ir para uma operação ainda esta semana, vão substituir outros filhos de outras mães que já estão viajando há muitos dias, aliás viajaram antes da semana santa, detalhe, até hoje não receberam diárias.
O que meu filho me contou é simplesmente abominável e neste momento tento externar minha revolta como mãe, mas palavras são poucas para retratar tudo o que eles têm passado.
É bom que se ressalte que a situação de caos em que se encontra a PM está intimamente ligada com o aumento desordenado da violência no Pará, de tantos pais chorando pela perda de seus filhos, como hoje tenho medo de chorar pelo meu.
Meu filho hoje me disse que os policiais que estão retornando esta semana foram salvos pelo "gongo", pois receberam seus salários na sexta e assim vão conseguir pagar suas respectivas dívidas com alimentação e alojamento, pois não ficaram alojados no quartel e bancaram todas as suas despesas para garantir a segurança no Município até agora, sem qualquer resposta do Governo ou do Comando Geral sobre o assunto, e aí podemos usar a máxima: "Quem cala, consente", que serve tanto para a o Comando da PM quanto para seus comandados, os motivos são bem diferentes, porém a atitude é a mesma, o silêncio.
Porém eu, mãe que criou um filho com tanto carinho, investiu o pouco que pode em seus estudos, não deseja que ele passe pelo mesmo sofrimento que hoje outros filhos de outras mães estão passando.
Não posso me calar na iminência de meu filho viajar, se expor a todo o tipo de perigo e ainda ter que sacrificar financeiramente sua pequena família - mulher e filho. Aliás, meu neto está doente, com dengue para variar, estamos gastando o que não temos e a notícia de que meu filho foi designado caiu como uma bomba neste momento em nossa família, mas não posso fazer nada, não posso recolocá-lo em meu ventre e protegê-lo dessa exploração diária, como tanto desejo. Só me resta rezar muito e ter muita fé em Deus, pois o caos na Segurança Pública reflete diretamente em minha casa, em minha família... O amor que tenho pelo meu filho não admite estes riscos desmedidos, com armas enguiçadas, exigência de dinheiro no bolso para bancar operações desastradas, sem garantia de saúde, sem alimentação...
Enfim, cada vez que falo sobre isso, ainda que anonimamente, para não prejudicar meu filho, me sinto aliviada, pois sei que alguém vai ler e entender meu sofrimento.
Talvez a Governadora se tivesse um filho dedicado à sociedade, veria com outros olhos e com maior sensibilidade os integrantes da PM. Não cuidaria apenas de sua segurança pessoal, feita por eles.
Não tenho esperança de melhora, acredito que as denúncias ao Promotor de Justiça serão esquecidas, se é que já não foram, a nós mães resta a angústia, o choro contido, a tragédia já anunciada...
Só posso dizer uma coisa, se algo de mal acontecer com meu filho em função de todas estas mazelas impostas a ele, não ficará assim, pois ninguém tem o direito de humilhar um filho de uma mãe que o criou com tanto amor.
Obrigada pelo espaço e desculpe o desabafo meio desordenado de um coração que hoje é só revolta e dor!
Nossa parabéns, como escreve bem esta senhora, como retrata o sentimento que deve ser de todas as mães que passam por isso. São as mazelas sociais que o PT disse que iria combater, mas no entanto se omite, ou melhor contribui para o agravamento do problema. O engraçado é que a Governadora ssim que assumiu quase dobrou os salários de seus secretários e seu próprio salário, contudo se ela tivesse feito como prometeu, o tal governo participativo, com a participação popular, certamente teríamos optado por aumentar os salários da PM, afinal ela é bem mais útil que este Governo que todo mundo quer o seu e ninguém se entende!!!! É a Governadora aloprada!
ResponderExcluir