domingo, 20 de janeiro de 2008

A libertação da Avenida Presidente Vargas


No AMAZÔNIA:

Presidente Vargas fica em pé de guerra
Revoltados com ação de retirada, camelôs incendiaram entulhos

Tiro para o alto, avenida bloqueada, lojas fechadas e muita reclamação. Assim foi o protesto dos camelôs contra a retirada deles da avenida Presidente Vargas na manhã de ontem. A ação teve início por volta das 6 horas, quando cerca de 35 policiais federais e guardas municipais estiveram no local para cumprir um mandado da Justiça Federal que determina a retirada dos ambulantes do entorno dos Correios. Revoltados, eles interditaram a avenida, na altura da rua Santo Antônio, usando pedaços de madeira e outros entulhos e atearam fogo. Hoje eles se reúnem às 10 horas para decidir as estratégias que serão usadas amanhã, data marcada para a retirada dos barraqueiros do local.
Por volta das 11 horas, um grupo de ambulantes percorreu a rua Santo Antônio disposto a fechar todas as lojas do Centro Comercial que ainda estivessem com as portas abertas. Houve gritaria e muita confusão. Na loja de informática Barraca do Sucesso alguns ambulantes tentaram entrar e foram impedidos pelo segurança. O proprietário, de prenome Walmir, acabou sendo agredido e um policial disparou um tiro para o alto para tentar dispersar o grupo.
Segundo a gerente do estabelecimento, Márcia Moreira, a loja estava funcionando normalmente até que alguns homens tentaram invadir o local. 'Não temos porque fechar, não temos problema nenhum com eles. Precisamos trabalhar, não podemos parar nossos serviços por causa do problema deles', disse. Segundo ela, o grupo ameçou saquear a loja. 'Eles passaram aqui a primeira vez por volta das 7h30 e depois num grupo maior, sempre fazendo ameaças, por isso a ordem é que as portas sejam fechadas, mas não podemos parar de trabalhar, já estamos sofrendo com a falta de energia e ainda por cima isso agora', indignou-se.

[...]

Usando carro-som, os manifestantes prometiam radicalizar amanhã. O advogado do sindicato, Chales Pinto, informou que vai entrar com um pedido de agravo de instrumento no Supremo Tribunal de Justiça. 'Vamos tentar cancelar a tutela antecipada, porque entendemos que ela fere a competência da justiça federal. Desde o início, o mandado deixou obscuridades na especificação do ponto em que seria feita a retirada dos trabalhadores. Além disso, desde o início a prefeitura de Belém, no embargo de declaração, alegou não ter material para fazer a retirada e acabou fazendo isso hoje (ontem) de manhã, numa clara jogada política', declarou.
Em nota distribuída ontem, a Prefeitura Municipal de Belém informou que desde as 6h de ontem acompanhou a ação de desocupação, classifica de 'pacífica', da Presidente Vargas. 'Em seguida, após mais de uma interpretação sobre o perímetro manifestado na decisão judicial o qual deveria ser efetuada a desobstrução das calçadas, interrompeu os trabalhos de retirada'.


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