segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Diretoria do Paysandu briga com toda a Imprensa


Espiem só como é a parada.
Leiam a nota que aparece na imagem acima.
Você, se quiser, também poder ler clicando aqui.
Trata-se de nota oficial, publicada no site do Paysandu no último sábado à noite, logo depois da vitória bicolor sobre o Oeste-SP, por 3 a 1, no Mangueirão, em jogo válido pela Série B.
Tradução nua e crua do texto: a diretoria do clube, por causa de um episódio isolado, determinado, com personagens plenamente identificáveis, resolveu, ora vejam, brigar com toda a Imprensa - de Belém, do Pará, do Brasil e do mundo.
O que aconteceu foi o seguinte.
Logo depois de encerrada a partida no Mangueirão, o repórter Carlos Estácio, da Rádio Clube, começou a ouvir torcedores.
E passou a latinha para ninguém menos que Sua Excelência o vereador Raul Vicente Neto, que abrilhanta a augusta Câmara Municipal de Ananindeua.
O personagem, parece, pensou que estava na tribuna da Casa, que lhe confere imunidades em tudo o que disser. Até mesmo se disser asneiras sesquipedais (como diria o velho Nelson).
O parlamentar parece não saber direito que, fora da tribuna, está passível de responder judicialmente por seus atos.
Ignorante, presume-se, em relação a esses particulares, Neto abriu o bocão. E disse, entre outras coisas, que um empresário, cujo nome não nominou, teria trazido nove jogadores (também não identificados) que, na opinião do entrevistado, não estão rendendo o esperado, mas que estariam jogando porque racham seus salários com o treinador do Paysandu.
Em seguida à entrevista, Estácio ouviu o presidente do clube, Alberto Maia. Mas, estranhamente, não o questionou sobre o que dissera o vereador, e sim sobre o jogo.
Maia, como era previsível, não quis conversa. Ou por outra: não quis conversa sobre o jogo, mas sobre o teor da entrevista do vereador. Ao que tudo indica, alguém ouvira a entrevista e lhe transmitiu o que Neto afirmou.
Irritado, o dirigente não apenas rebateu em tons contundente as acusações do vereador como determinou que ninguém daria entrevista às emissoras de rádio e TV presentes ao Mangueirão. Logo depois, o site do Paysandu publicaria a nota acima.
Maia e a diretoria que ele preside passaram dos limites, não é? Ou ainda estão passando, porque espera-se que essa absurdez seja revista na anunciada avaliação entre a Imprensa e o clube que será feita nesta semana.
O vereador fez uma acusação grave por uma emissora de rádio.
A acusação, se não comprovada, enseja a responsabilização criminal, tanto do autor das acusações como do veículo que a difundiu.
E tanto o treinador o Paysandu como o treinador Dado Cavalcanti poderiam entrar com ações judiciais.
Maia e sua diretoria não podem privar os torcedores do Paysandu de terem acesso a informações, que não se esgotam nos ditos meios oficiais da agremiação.
Tem mais: tanto o presidente bicolor como seus diretores devem aprender a conviver com situações como essa, reparáveis pelos meios judiciais cabíveis.
Aliás, é até desnecessário dizer isso, porque Maia, advogado experiente que é, sabe mais do que ninguém que a liberdade de informação, não sendo um direito absoluto e irrestrito, tem como contraponto o direito que qualquer pessoa tem de recorrer ao Judiciário, caso se veja ofendida na sua honra.
Na avaliação do relacionamento do clube com a Imprensa, que a diretoria bicolor fizer nesta semana, convém sopesar os fatos com maior racionalidade. Para que os próprios torcedores do Paysandu não sejam privados de informações não oficiais sobre seu clube.

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