PSDB disposto a lançar Pioneiro ou Flexa à revelia de Jatene

Pronto.
Embaralhou tudo.
Se a intenção do governador Simão Jatene, desincompatibilizando-se a partir de outubro, sem definir se será mesmo candidato ou não a algum cargo eletivo em outubro, é embaralhar as cartas para confundir os adversários, não tenham dúvidas de que as cartas estão embaralhadas.
Há um detalhe, porém: o próprio PSDB e partidos aliados estão em franca ebulição. Mais do que confusos - muito mais do que os adversários, vale dizer -, os tucanos e seus aliados encontram-se a um passo daquele estágio a que se chama de pé de guerra.
Numa demonstração clara de que não vão aceitar pacificamente a desistência de Jatene de disputar novo cargo eletivo, para fazer do atual vice-governador Helenilson Pontes (PSD) o candidato ao governo do Estado, amplos e representativos setores do PSDB estão disposto a desafiar, a confrontar, a entestar o governador.
Dissemina-se no partido, segundo apurou o Espaço Aberto, a disposição de indicar candidato próprio ao governo do Estado, caso Jatene, desincompatibilizando-se e desistindo de disputar o pleito de outubro, finque pé em suas pretensões de fazer de Helenilson o candidato ao governo.
Setores do partido admitem até que o governador, desistindo de concorrer, indique o candidato. Mas somente se for um tucano. Caso contrário, o prefeito de Ananindeua, Manoel Pioneiro, e o senador Flexa Ribeiro aparecem como alternativas que o PSDB poderia avaliar concretamente para lançar como candidatos ao governo. E agora surge também o nome do deputado federal Nilson Pinto (leia postagem abaixo).
Pioneiro, aliás, também atrai a simpatia do DEM, que tem no deputado federal Lira Maia, com bases fincadas na região do Baixo Amazonas, uma de suas lideranças no Pará e um pote até aqui de mágoas com o governo Jatene.
Conforme o Espaço Aberto já informou, tanto o DEM como o PSB já avisaram Jatene que estarão fora da base aliada no dia seguinte ao que Helenilson for anunciado candidato ao governo, caso isso venham realmente a acontecer.

Mais se afasta do governo
Mas Lira Maia, dizem fontes que nas últimas semanas têm trafegado com desenvoltura - mas discrição - nos bastidores tucanos, já fez ver que, da mesma forma em que considera praticamente inegociável a possibilidade de aceitar uma candidatura de Helenilson com o apoio de Jatene, admitiria como possível, como palatável, digerível que Pioneiro fosse candidato.
As mágoas de Lira Maia têm se acumulado desde o início do governo Jatene e são reconhecidas como pertinentes até mesmo por alguns tucanos, que dão razão ao parlamentar de sentir-se contrariado com os critérios para o preenchimento de certos cargos estratégicos na região do Baixo Amazonas.
Magoado, e sem a menor preocupação de esconder isso, Lira Maia prefere manter-se, na medida do possível, afastado do governo Jatene. E tanto é assim que recusou, recentemente, aceitar uma secretaria no governo.
Sabedores do nível de insatisfação do deputado e, por extensão, do DEM, emissários tucanos estão se empenhando em aplainar as arestas. Mas está difícil, reconhecem os designados para a missão.
E quanto às insatisfações do PSB? "O PSB talvez seja mais fácil de trabalhar, de convencer a ficar conosco", diz um tucano.
A ver.