Enfim, fora!
O secretário de Educação do Pará, Rossieli Soares, foi exonerado, segundo ele, a pedido, através de ato assinado pelo governador Helder Barbalho nesta sexta-feira (13). Em vídeo (veja acima) que circula nas redes sociais, ele agradece a colaboração de sua equipe, mas reconhece que não foi possível "entregar tudo o que a gente sonha, o que a gente pensa."
Rossieli já é inesquecível. Já inscreveu - ainda que, presume-se, sem querer - seu nome na sua própria história e na do governo Helder Barbalho. Ele tanto fez, ou deixou de fazer, que virou até bordão.
"Fora, Rossieli" tornou-se, digamos assim, o grito de guerra de centenas de indígenas que, em março e fevereiro deste ano, ocuparam por 24 dias o prédio da Seduc, na Rodovia Augusto Montenegro.
Eles exigiam não apenas a exoneração do secretário, mas a revogação da Lei nº 10.820/2024, votada no apagar das luzes do ano passado e aprovada, sem tugir nem mugir, praticamente à unanimidade, por uma Assembleia Legislativa dócil, submissa, subjugada e reverente ao Executivo.
Depois de muito relutar, Helder convocou os holofotes e anunciou, apoteoticamente, a revogação da lei, que os indígenas consideravam prejudicial ao ensino que é levado a distantes comunidades espalhadas pelo interior do Pará.
Se a lei foi revogada, o "fora, Rossieli" continuou a ecoar ao léu.
Muito embora a mobilização dos indígenas e a revogação da lei tenham representado a primeira e única grande crise política da gestão Helder Barbalho, da qual o governador saiu como o mais notável derrotado, o secretário foi mantido no cargo. De lá pra cá, não se falou mais nele.
Fala-se agora, eis que Rossieli, enfim, está fora!
Mas o "fora, Rossieli", esse é um bordão que vai ficar para a história da mobilização dos indígenas em defesa de seus direitos, como também na história do governo Helder Barbalho e do próprio Rossieli!
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