quarta-feira, 8 de março de 2023

Podridões do desgoverno Bolsonaro revelam novas personagens: as "mulas"

Os mimos: à esquerda, as joias de R$ 16,5 milhões para Michelle; à direita, o pacote
para Bolsonaro. Um governo podre produziu podridões em série, que a muitos ainda assustam.

Há gente assustadíssima com as podridões que continuam a boiar diariamente, provindas do esgoto, do grande esgoto que foi o desgoverno de Jair Bolsonaro.

Eu, sinceramente, não estou assustado. Porque de um governo podre não se pode esperar outra coisa que não podridões. Ou não?

Em relação ao desgoverno Bolsonaro, tomo como padrão aquela famosa frase - dentre outras tantas - de Aparício Torelly, o Barão de Itararé: "De onde menos se espera, daí é que não sai nada".

Mas, em relação às podridões de Bolsonaro, convém fazer uma alteração nessa máxima: "De onde mais se espera, daí mesmo é que vão sair mais podridões".

É inevitável não tirarmos essa conclusão quando acompanhamos o desenrolar das mais novas revelações de corrupção protagonizada pelo desgoverno Bolsonaro, desta vez envolvendo dois mimos que o governo sanguinário da Arábia Saudita - comandando por um príncipe que, entre outros crimes, mandou matar por esquartejamento um jornalista em Istambul, em 2018 - ofereceu à primeira-dama Michelle e a seu marido.

Para Michelle, um pacote de joias no valor estimado de R$ 16,5 milhões que foi retido pela Alfândega, no aeroporto de Guarulhos (SP), e assim pernaneceu, apesar das 400 mil tentativas de Bolsonaro para liberar o presente.

Para o próprio Bolsonaro, um outro pacote - contendo relógio, abotoaduras, caneta, anel e uma espécie de rosário - que escapou ao controle da Alfândega, ficou escondido por um ano até ser, enfim, incorporado ao patrimônio pessoal do ex-presidente.

As podridões agora reveladas guardam um detalhe digno de nota: expõe, sem retoques, o nível de delinquência do desgoverno Bolsonaro, que chegou ao ponto de escalar mulas para tentar, criminosamente, esquivar-se a obrigações legais.

Mula, aqui grafado, está no exato sentido que lhe atribuiu o submundo do crime: a do indivíduo que, conscientemente ou não, transporta droga em seu corpo.

Nos casos em que os dois pacotes com mimos ingressaram em território brasileiro, os mulas não transportavam drogas, mas objetos internalizados de forma ilegal, sem observância das regras aduaneiras previstas em leis.

E quem foram as mulas?

Um deles foi Marcos André dos Santos Soeiro, militar que atuava como assessor do então ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, que trouxe o pacote para Michelle e foi apanhado pela fiscalização de rotina da Alfândega em Garulhos.

O outro, avaliem so, foi o próprio ministro, que chegou com o pacote para Bolsonaro, escapou da fiscalização, levou as joias para o ministério, trancou-as num cofre e, no apagar das luzes do governo anterior, encaminhou-as para o então presidente, que recebeu os presentes pessoalmente no Palácio da Alvorada.

Há pouco, o Jornal Hoje mostrou imagens exclusivas, gravadas pelo sistema de segurança da própria Receita, em que o sargento da Marinha Jairo Moreira da Silva tenta pela enésima vez, na Alfândega de Guarulhos, destravar o pacote de R$ 16,5 milhões destinado a Michelle. Mas nada conseguiu, porque o fiscal de plantão fez exigências burocráticas que não puderam ser cumpridas.

Enquanto isso, Bolsonaro diz, em relação aos presentes que recebeu, que eram personalíssimos e, por isso, poderiam ser incorporados ao seu patrimônio pessoal. Mas não é o que diz acórdão do TCU em relação a joias como as que ele se apropriou.

Em relação aos presentes para Michelle, alega que só foi tomar conhecimento do caso pela Imprensa. Que cara de pau! Como, então, ele mandou 400 pessoas, durante um ano, tentarem por 400 vezes a liberação da mercadoria?

Esse é Bolsonaro. O puro, o transparente, o honesto, o verdadeiro, o patritoa, o humilde, o incorruptível.

Mas que usou mulas para tentar apropriar-se, ilegalmente, de joias oferecidas por um ditador sanguinário.

Grande mito!

4 comentários:

  1. Anônimo8/3/23 22:23

    Tens razão em relação a frase do barão de Itararé, é por isso que o governo mULA já tá há mais de 60 dias sem produzir nada de útil, apenas escândalos toda semana, vamos ver qual vai ser o próximo factóide pra tirar a atenção do desgoverno do molusco, será que teremos recorde de desmatamento esse mês também?

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  2. Mirika Bemergui9/3/23 14:18

    Eu tbm não me assusto com tanta ROUBALHEIRA e PILANTRAGEM desde que este TRASTE assumiu, o que me assusta é ver ainda um ser humano defendendo este Bolsonaro LADRÃO PROFISSIONAL, e pior aibda tem a audácia de ofender LULA ...Jamais vão admitir que foram enganados por um mega ladrão e TERRORISTA huahuahua

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  3. Anônimo9/3/23 16:15

    Esses mitômanos não se conformam. Não querem admitir que o mito e ídolo deles é tão ou mais corrupto que os corruptos do mensalão e petrolão. Além do estilo miliciano, o que impede que consigam afanar mais é o QI deles, beirando "45".

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  4. O maior indício de que Luiz Inácio Lula da Silva cometeu os crimes que lhe são imputados está justamente em sua defesa: ao bradarem que o chefão petista é “perseguido político”, os advogados e os áulicos de Lula deixam claro que não têm como justificar as evidências de que o ex-presidente participou – como “comandante máximo”, “grande general” e “maestro”, segundo o Ministério Público Federal – do maior esquema de corrupção da história brasileira. (A prova do crime. Estadão, 16/09/2016)

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