A Avenida Nazaré, em imagem do Google Maps: seria admissível alguém chamá-la de Rua Nazaré ou de Travessa Nazaré? Ou de Alameda Nazaré? |
Saber o mínimo sobre a cidade onde cada um mora significa, por exemplo, saber que travessa é travessa, rua é rua, avenida é avenida, viela é viela, passagem é passagem e alameda é alameda.
Isso pode até parecer um mero, um antipático detalhismo, mas não é. Porque o bom jornalismo deve ter na informação precisa um de seus requisitos básicos para preservar a credibilidade.
Por isso é que seria intolerável, por exemplo, alguém chamar a Avenida Nazaré ou a Avenida Almirante Barroso de, por exemplo, Travessa Nazaré ou Passagem Almirante Barroso.
Em São Paulo, alguém chamaria a Avenida Paulista de Rua Paulista? No Rio, é admissível chamar-se a Avenida Atlântica de Travessa Atlântica?
Pois é.
Mas ainda há pouco, em matéria sobre obras na Travessa Doutor Moraes, uma das mais conhecidas do bairro de Nazaré, a via foi chamada várias vezes de Avenida Doutor Moraes.
Há poucos dias, li num texto de jornal que a "Avenida 25 de Setembro passa próximo ao Estádio Baenão", do Remo. A "25 de Setembro" não é mais "25 de Setembro" há muito tempo, mas Avenida Romulo Maiorana.
A Travessa Padre Eutíquio, volta e meia, é tratada majestosamente como avenida.
E a Avenida Visconde de Souza Franco, conhecida como Doca, já virou mesmo, inapelavelmente, Avenida Doca de Souza Franco.
Como a Avenida Generalíssimo Deodoro, não raro, vira travessa.
E, por fim, o clássico dos clássicos em matérias jornalísticas que mencionam vias de Belém: Avenida Boulevard Castilhos França para o Boulevard Castilhos França.
Isso pode?
Isso tudo é mero detalhe?
Chora, Belém!
Tá reclamando de barriga cheia, quero ver quando a prefeitura no intento de agradar os lacradores, renomear as ruas com nomes neutros.
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