Desde os tempos de candidato a presidente, em 2018, Bolsonaro, o derrotado que deixa como principal legado um punhado de golpistas idiotas que acampam em frente a quartéis, apresentou-se como um outsider, aquele exemplar da pureza, o cidadão acima do bem e do mal, a tradução perfeita do ser cristalino, imune aos vícios da política e homem talhado para trabalhar apenas com o povo, pelo povo e para o povo.
Pois esse outsider era o manjado Bolsonaro - político velho e velhaco, misógino, homofóbico, apologista da tortura, com uma inteligência beirando o rés do chão, improdutivo, ocioso e, como todos viemos a confirmar posteriormente, um corrupto que praticou a corrupção no seio de suas próprias famílias, ao ponto de uma de suas ex-mulheres ter comandado pessoalmente um esquema criminoso de rachadinha.
Pois agora, na última campanha em que acabou derrotado por Lula, Bolsonaro aprendeu um termo novo para adjetivar-se.
Seus marketeiros recomendaram a ele que passasse a se classificar de antissistema.
Pateta, Bolsonaro acreditou que ele era isto mesmo: antissistema. E passou a dizer, como disse em alguns debates, que era o candidato antissistema.
É?
Pois a Folha, em sua edição de desta segunda (14), traz o infográfico acima.
Vejam o volume de doações privadas que Bolsonaro recebeu.
Depois, vejam o montante que coube a Lula, o sexto na relação.
Bolsonaro, o dito outsider, o autoproclamado antissistema, recebeu 15 vezes mais doações que Lula.
Quer dizer, então, que os bilionários do agronegócio, os remediados da Faria Lima e tantos de seus assemelhados são todos do sistema, não é? Todos integrariam o sistema que Bolsonaro, o nosso Mito, combateu. Compondo o sistema, jamais se alinharam com Bolsonaro, o do antissistema. É isso mesmo?
Quer dizer, então, que os quase R$ 90 milhões que Bolsonaro recebeu vieram dos bolsos de segmentos que não formam o dito establishment, aquele que engloba o mencionado sistema. É isso?
Em miúdos: quer dizer, então, que essa dinheirama toda proveio dos imensos, colossais, segmentos da sociedade brasileira que não integram o establishment, o sistema ou seja lá o que for. É isso mesmo?
Isso pode, Arnaldo?
Contem outra!
Enquanto isso, vou ali me divertir com golpistas idiotas que acampam em frente a quartéis.
Pelo menos a planilha está mostrando a origem do dinheiro ao contrário do petrolão do molusco de nove tentáculos, que mais uma vez retorna à cena do crime.
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