terça-feira, 18 de outubro de 2022

Vergonhosamente, as Forças Armadas rendem-se aos escusos interesses políticos de Bolsonaro

Paulo Sérgio Nogueira, ministro da Defesa: rendição aos interesses políticos de Bolsonaro

É vergonhoso, espantoso e vexaminoso - entre outros osos - que as Forças Armadas estejam, cada vez mais, escandalosamente subjugadas politicamente ao governo da hora, no caso, o desgoverno de Jair Bolsonaro.

Durante todo o período que antecedeu o período eleitoral, e sob a estridência e irresponsabilidade criminosa do discurso bolsonarista, de que as urnas eletrônicas eram vulneráveis a fraudes, o Ministério da Defesa, integrante da Comissão de Transparência das Eleições instituída pelo próprio TSE, dispôs de absoluta liberdade para opinar sobre qualquer aspecto técnico relacionado à segurança dos equipamentos.

Concluído o pleito em primeiro turno, a Justiça Eleitoral ficou aguardando o relatório da auditoria que o próprio Ministério da Defesa ficou de fazer sobre a segurança das urnas eletrônicas no dia 2 de outubro passado.

E até agora, nada de relatório!

É um segredo de polichinelo que a Defesa levou a minuta do relatório a Bolsonaro, mas recebeu do presidente a ordem para que nada divulgasse.

Por que não?

Porque, das duas uma: ou o Ministério da Defesa não detectou qualquer anormalidade, o que desmoralizaria o discurso golpista e conspiracionista de Bolsonaro, ou detectou 1 bilhão de anormalidades, mas mesmo assim o presidente preferiu que nada transpirasse para não atrapalhar as suas próprias ambições de se reeleger.

O resultado é que, nesta terça-feira (18), o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, fixou o prazo de 48 horas para que a Defesa apresente cópia de documentos sobre eventual auditoria das urnas eletrônicas e informe a fonte de recursos usados para o procedimento.

Mas o site Poder360 já adiantou que o Ministério da Defesa, invocando resolução do próprio TSE, responderá que não cabe às entidades fiscalizadoras a realização de auditoria das urnas eletrônicas. E deve declarar ainda que os militares não fizeram auditoria das urnas, mas somente fiscalizaram o sistema eletrônico de votação.

Viram?

O Ministério da Defesa está vergonhosamente subjugado aos escusos interesses políticos de Bolsonaro. E, por extensão, as Forças Armadas também.

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