terça-feira, 23 de agosto de 2022

Bolsonaro, o "Çábio", foi uma tragédia. Mas há jornalista achando que ele foi "até bem" na entrevista ao JN.


Estou, confesso, surpreso com o posicionamento de vários analistas, dentre eles coleguinhas jornalistas, quando avaliam que o desempenho de Bolsonaro na entrevita ao JN, nesta segunda-feira (22) à noite, foi menos pior do que se esperava. Ou por outra: avaliam que o candidato, sendo ele quem é, saiu-se até razoavelmente bem.
Que nada!
Estava nervoso.
Estava tenso.
O nervosismo e a tensão expressaram-se, visivelmente, no rubor do candidato, que exibia as faces escamosas e avermelhadas.
Além disso, Bolsonaro mentiu - descaradamente, vergonhosamente e inacreditavelmente - por pelo menos quatro vezes. Quatro!
Primeiro, mentiu ao negar ter xingado ministros do STF, quando o Brasil e o mundo inteiro sabem que ele referiu-se a Alexandre de Moraes como "canalha" e chamou Luís Roberto Barroso de f.d.p.
Segundo, quando negou ter debochado de pacientes da Covid-19, simulando como se estivesse com falta de ar. Vídeos atestando esse deboche circulam à farta nas redes sociais. Um deles, você pode ver acima.
E o pior: Bolsonaro disse na caradura, com uma desfaçatez revoltante, que a jornalista Renata Vasconcellos retirara o que ele considerou uma "acusação" (a de ter simulado falta de ar) contida na pergunta.
Mais uma mentira: Bonner disse que a colega de bancada não retirara essa afirmação, até porque é factual, como a própria Renata reforçou que manteve o teor da pergunta ao candidato.
A quarta mentira: Bolsonaro chegou a dizer que seu governo criou o Pix. O serviço foi criado no governo Temer, mas implementado, é verdade, no atual governo.
Estão aí pelo menos quatro mentiras destiladas por Bolsonaro, ao vivo e em cores, para o Brasil inteiro. Ele disse-as com naturalidade, como se fossem coisas banais, porque é compulsivamente mentiroso.
A ingorância de Bolsonaro foi reforçada ao dizer que um de seus deboches não passou de uma força de expressão permitida pela, vejam só, literatura portuguesa. Para esse Çábio, literatura portuguesa e língua portuguesa são uma coisa só.
Um candidato com tal performance pode ter sido pelo menos razoável na entrevista?
Contem outra!
Esperemos agora os debates.
Se Bolsonaro comparecer, aí mesmo é que será atropelado, trucidado, desmontado pelos adversários.
Isso porque, num debate, os adversários não terão certos impedimentos éticos que jornalistas encontram no momento de uma entrevista, uma vez que não podem - ou não devem - qualificar um entrevistado com adjetivos que verdadeiramente o definam.
Mas, contrariamente, adversários de Bolsonaro estarão livres para chamá-lo, na lata, de "corrupto", "genocida", "mentiroso" e "fascista enrustido", que anseia um golpe.
Aguardemos.

3 comentários:

  1. Mirika Bemergui23/8/22 14:43

    Corrupto, mentiroso, fascista, genocida, imbecil e tchutchuca do CENTRÃO!!

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  2. Parabéns pelo trabalho no seu blog!! Desejo muita sorte!!

    Master Maverick

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