quarta-feira, 23 de março de 2022

Bolsonaro está com pés e mãos atolados na caca. Mas ele não é corrupto, não. Corruptos são os outros.


Para bolsonaristas fanáticos, Bolsonaro é aquele cara que, se pisar numa caca exposta na calçada, a culpa não será dele, mas de quem deixou a caca por lá.
Bolsonaro, confirma-se mais uma vez agora, está de pés e mãos atolados na caca. A culpa é dele. Mas bolsonaristas - os fanáticos, sobretudo - acham que não; a culpa é de quem expeliu a caca.
Falem sério!
Aqui já escrevi várias vezes, uma delas em outubro do ano passado, logo após a CPI da Pandemia: Bolsonaro é a prevaricação. É o charlatanismo. É a falsificação, a epidemia mortal e a corrupção. Bolsonaro é o crime.
A corrupção em que o governo Bolsonaro se vê atolado está sendo exposta agora, sem retoques, sem refinamentos, sem meias-palavras e com ares de um escândalo dos mais escandalosos, diante da revelação de que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, conforme áudios revelados pela Folha (ouçam acima), afirma que sua prioridade no MEC para a liberação de verbas são as prefeituras que mais precisam e, em seguida, "todos que são amigos do pastor Gilmar".
Esse Gilmar, no caso, é Gilmar Santos, que fazia a intermedição de verbas para prefeitos juntamente com outro pastor, Arilton Moura. De acordo com os áudios, o ministro explica aos prefeitos e religiosos que participaram da conversa que a prioridade foi estabelecida por uma solicitação direta do puro, do imaculado, do incorruptível, do mito Jair Bolsonaro.
Isso não é corrupção?
Não é tráfico de influência?
Não é um escândalo?
Não é um descalabro?
Não é uma demonstração incontestável de que só mesmo fanáticos poderão rejeitar a tese de que temos aí indícios robustos, verazes, estarrecedores de corrupção que precisam ser devidamento investigados?
Denúncia por improbidade - Ao mesmo tempo em que estamos diante dessa ignomínia (um prefeito já chegou a dizer que Arilton Moura pediu-lhe 1 quilo de ouro para atuar como lobista na liberação de verbas do MEC), o Ministério Público Federal informa que ofereceu denúncia contra o Bolsonaro e a ex-secretária parlamentar da Câmara dos Deputados Walderice Santos da Conceição, conhecida como “Wal do Açaí”, por improbidade administrativa.
Investigação da Folha mostrou, em 2018, que Walderice teria sido funcionária fantasma do então deputado federal Jair Bolsonaro. Ela estava lotada desde 2003 no gabinete do atual presidente, e recebia salário bruto de R$ 1.351,46. Ao mesmo tempo, tinha como principal atividade um comércio em Angra dos Reis (RJ), chamado “Wal Açaí”, além de prestar serviços particulares na casa de Bolsonaro.
A ação do MPF pede que os dois, o incorruptível Bolsonaro e Wal do Açaí, sejam condenados por improbidade administrativa, e efetuem o ressarcimento dos recursos públicos indevidamente desviados.
Isso também não é corrupção?
Repito o título daquela postagem de outubro de 2021: Bolsonaro é a prevaricação. É o charlatanismo. É a falsificação, a epidemia mortal e a corrupção. Bolsonaro é o crime.
Ou não?

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