quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Zequinha Marinho virou uma espécie de Moro do Pará. Até os direitistas o repelem.

Zequinha Marinho: quase escorraçado de reunião no sul do Pará, ele está a ponto de
acordar de manhã, olhar-se no espelho e sentenciar: "Oh, vida: nem eu gosto de mim"

Zequinha Marinho, o senador que recentemente ingressou no Partido Liberal, depois de debandar do PSC, é uma espécie de Sérgio Moro da direita paraense: ninguém gosta dele e todos duvidam dele, porque todos o consideram um traidor (entre outras coisas).

A rejeição ao senador embica pra cima (mais do que os estratosféricos índices da ômicron) de tal forma que, se bobearem, Sua Excecelência está correndo o risco de, num dia qualquer, acordar de manhã, mirar-se no espelho e sentenciar, desolado: "Oh, vida: nem eu mesmo gosto de mim".

Trajetória de rompimentos - Marinho, quando era vice-governador do Pará no governo Jatene, rompeu com o governador porque não foi escolhido para ser o candidato oficial ao governo do Estado, nas eleições de 2018.

Depois disso, lançou-se ao senado, aliou-se ao MDB de Helder Barbalho, foi eleito e, ora bolas, também rompeu com Helder, que agora usa seu jornal e o de sua família para meter o sarrafo em Marinho, pintado como o emblema da fina-flor do bolsonarismo mais retrógrado (se é que existe algum viés bolsonarista que não o seja).

Em sua nova fase, o senador ingressou no PL depois que o partido arreganhou suas portas para abrigar Bolsonaro e a escória do fanatismo bolsonarista. O Partido Liberal, vocês sabem, é aquele que tem como sua mais alta liderança o nobre, impoluto, honrado e honroso Valdemar Costa Neto, exemplar de pureza ética que foi condenado por participar da roubalheira no Mensalão. Mas isso, é claro, não se deve levar em conta, porque, admitamos, a carne é fraca e todo mundo pode errar, né? (hehehe)

Uma vez em sua nova casa, o PL, Zequinha Marinho começa a alimentar fortes aspirações de ser candidato ao governo do estado, seu sonho que, como dito, foi sepultado em 2018 por Jatene, que preferiu o então deputado estadual Márcio Miranda.

Na condição de pré-candidato, Marinho tem levado ferro pelas ventas. Um ferro acionado, vejam, pela nata dos segmentos reacionários.

Quase escorraçado - Uma das histórias que revelam a rejeição de Marinho entre representantes dos próprios segmentos que ele diz representar indica que, na semana retrasada, o senador quase foi escorraçado (veja a história em detalhes aqui, no blog da jornalista Franssinete Florenzano) de uma reunião em Redenção, no sul do Pará, presentes cerca de 80 fazendeiros locais e de Conceição do Araguaia, Pau D'Arco, Rio Maria, Xinguara, São Félix do Xingu.

Tem mais. Na quinta-feira passada, dia 13, o Partido Liberal no Pará empossou oficialmente sua nova comissão num ato que aconteceu na Churrascaria Boi de Ouro, na Avenida Augusto Montenegro.

A atual diretoria vai coordenar a legenda no pleito de 2022, liderada por Zequinha Marinho e pelo advogado Rogério Barra, filho do deputado federal Delegado Éder Mauro. O objetivo dessa galera, conforme informação enviada pela Assessoria de Imprensa do PL, é "unir legendas que defendam as bandeiras de direita e conservadoras para fortalecer o movimento nas eleições deste ano no Pará."

Não se sabe como será essa união, uma vez que Marinho está sendo repelido até mesmo por segmentos direitistas, como o do agronegócio, que ele tanto defende. Como também está sendo repelido por tucanos (pelo menos aqueles que ainda são fiéis a Jatene), barbalhistas, petistas, comunistas (ainda tem?) e quantos outros istas existam.

Viva Zequinho Marinho!

Se você não gosta dele, junte-se a ele!

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