A convite do ex-ministro Nelson Jobim, o ex-presidente Lula e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se reuniram para um almoço com muita democracia no cardápio. pic.twitter.com/6f0mwcc3wI
— Lula (@LulaOficial) May 21, 2021
Espiem.
A foto é da semana passada, mas boiou nesta sexta (21) nas redes sociais do ex-presidente Lula.
Mostra o petista e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, condestável máximo do PSDB nacional.
Encontraram-se na semana passada. A última vez em que se avistaram pessoalmente foi em 2017, quando do Marisa, esposa de Lula, faleceu.
Nas redes sociais, petistas dizem-se arrepiados (de repulsa, vale dizer) ao verem Lula com FHC. E a recíproca é absolutamente verdadeira: tucanos há que estão soltando fogo pelas ventas.
Ainda bem que, em meio aos fanáticos e passionais de ambos os lados, Lula e FHC oferecem um ótimo exemplo de transparência, senso democrático e visão estratégica, qualidades que se exigem de lideranças como são eles dois.
Para os arrepiados de indignação - tanto petistas como tucanos -, convém lembrá-los do seguinte: nas eleições de 2022, os inimigos comuns são o fanatismo direitoso, o fascismo, a intolerância, o desgoverno, a destruição e o genocídio. Tudo isso tem nome: governo Jair Bolsonaro.
Até onde a vista alcança, essa balela de uma tal terceira via não passa disto - de uma balela, de uma quimera, de uma construção meramente ideológica de difícil, para não dizer dificílima, concretização.
A tal terceira via seria uma espécie de deus ex machina, que surgiria do nada para reunir em torno de si todas as almas puras, imaculadas, moderadas e patrióticas dispostas a apoiar uma candidatura de centro, destocante, portanto, de Lula e Bolsonaro.
Alguém acredita nisso?
Você acredita nisso?
Eu, pessoalmente, não acredito.
E, ao que tudo indica, Lula e FHC também não.
Nada mal, portanto, que comecem a conversar, a refazer pontes, como se diz na política, para uma futura contenda que é certa - ou praticamente certa (já que em política até o amanhã é sempre incerto): a disputa Lula x Bolsonaro decidindo o segundo nas eleições de 2022.
E se Doria for candidato a presidente?
E se Eduardo Leite for candidato a presidente?
Em nada, absolutamente nada isso desmerecerá a conduta de FHC, tendo aceitado conversar com Lula.
Se Doria ou Eduardo Leite for o candidato a presidente tucano, somente a partir do momento em que isso estiver definido é que o partido terá direcionamentos mais claros, aos quais estarão subordinados os filiados tucanos - FHC, inclusive.
Antes disso, é normal - ou deveria sê-lo - que duas lideranças com interesses e visões estratégicas comuns (no caso, derrotar o bolsonarismo) se encontrem.
Foi o que fizeram FHC e Lula.
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