Está aí.
Vejam o desabafo do prefeito de Mongaguá (SP).
Sinta o seu desalento, o seu arrependimento, o seu desconsolo diante da perda do pai e do irmão.
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Ele nem chegou a decretar o lockdown na cidade. Adotou apenas medidas restritivas, que inevitavelmente afetam vários segmentos da economia, inclusive o comércio, setor em que atuavam seus familiares que morreram vítimas de Covid.
Mesmo assim, o prefeito expressa claramente seu arrependimento: se tivesse mesmo quebrado alguns setores, inclusive o comércio, sabe-se lá quantas vidas não poderia ter salvado, entre elas a vida do pai e do irmão.
Como já exposto aqui, este é o dilema de todo gestor, do prefeito ao presidente da República: se decreta o lockdwon, afeta duramente toda a economia, sobretudo os segmentos não-essenciais; se não decreta, a pandemia avança e mata de forma avassaladora, como está acontecendo em todo o País nesta segunda onda da pandemia.
Então, diante de um dilema como esse, é preciso que o gestor se incline pelo lockdown, medida, reconheça-se, bastante impopular.
Impopular, mas essencial para salvar vidas.
Porque, conforme aqui já se ressaltou, a economia é impulsionada por consumidores. E consumidores que estão vivos, evidentemente.
E por mais incrível que possa parecer, apenas negacionistas acreditam que mortos podem, como se diz, fazer a roda da economia girar.
Não, não podem.
Sem lockdown, teremos mais mortes. Com o lockdown, sem dúvida que negócios serão ceifados, mas vidas - muitas vidas - preservadas.
Lockdownzinho - Por aqui, tivemos um lockdown de duas semanas. Apenas na Região Metropolitana de Belém.
Foi um, como diríamos, lockdownzinho.
Terá valido a pena?
Especialistas insistem que, parar fazer efeito, um lockdown deve durar de três a quatro semanas. E precisa ter um alto nível de adesão, ou seja, a comunidade precisa mesmo se entocar em casa.
Não foi, convenhamos, o que aconteceu na RMB.
E tampouco foi o que aconteceu nas pouquíssimas outras unidades da Federação onde o lockdown foi adotado.
Para os que não estão convencidos de que o lockdown é medida extrema, mas necessária, leiam o prefeito de Mongaguá: "Quero dizer para cada um de vocês que, como eu queria hoje, com a minha família inteira sendo do comércio [...] sair dessa live e escutar do meu pai e do meu irmão assim: 'Eu quebrei, o meu comércio quebrou'. Sabe por quê? Porque nós já quebramos, e com a vida nós conseguimos dar a volta por cima".
Pois é.
Com a vida nós conseguiremos dar a volta por cima.
Não esqueçam disso.
Como negar que o fechamento é imperioso. A economia só gira com as pessoas vivas e bem de saúde. Como ignorar, só pra exemplificar, a morte de 75 médicos no Pará, por conta desse vírus? Esses médicos vivos seriam grandes compradores e consumidores, mas com suas mortes tudo acaba. E agora só o lamento por conta de mortes tão precoces.
ResponderExcluirOs empresários só querem saber dos lucros, independente das consequencias, sempre foi assim!!!!
ResponderExcluirEnfim, com o (des)governo que aí está, só dissemina esse pensamento.
Enquanto isso, muitos brasileiros estão morrendo para atender o interesse de poucos.