Equipamento do hospital de campanha de Santarém, reativado em fevereiro, em meio à segunda onda da pandemia. Por que foi desativado? A PGR quer saber (foto Agência Pará) |
Se vivêssemos, todos nós, no Reino Encantado da Transparência, certamente teríamos acesso às respostas que governadores de estado terão obrigatoriamente de prestar à subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo.
Foi ela, ninguém esqueça, quem pediu a teve deferida pelo STJ a deflagração da Operação SOS, que no ano passado apurou a compra de respiradores imprestáveis da China pelo governo Helder Barbalho.
A doutora endereçou uma série de questionamentos a governadores de todos os estados do País, tão logo confirmou-se a instalação pelo Senado, por determinação do Supremo, da CPI da Covid, que está deixando Bolsonaro mais amalucado, mais fora dos eixos e do prumo do que sempre foi.
Um dos questionamentos da subprocuradora é bem interessante, como também pertinente e atualíssimo.
Ela escreve no ofício: "Esclareça-se ainda porque os Excelentíssimos(as) senhores(as) Governadores(as) entenderam que ocorreu o fim da pandemia de Covid-19 entre setembro e outubro de 2020 com a consequente desativação dos referidos hospitais bem como o prejuízo causado ao erário, não só em relação às vidas com a falta atual de leitos como o decorrente da verba mal utilizada."
Pois é.
Nesta postagem aqui, publicada em 19 de fevereiro deste ano, portanto há dois meses, o Espaço Aberto perguntou o seguinte, logo após ser reativado o hospital de campanha em Santarém, àquela altura vivendo um contágio avassalador na segunda onda da Covid:
Todas essas perguntas ainda estão irrespondidas até agora. Não só em relação ao hospital de campanha de Santarém, como a outros hospitais, em qualquer lugar - no Pará e fora dele -, que foram desativados inexplicavelmente quando a pandemia demonstrou sinais de arrefecimento, a partir de setembro.
Seria bom, muito bom, sabermos o que governadores vão responder à Procuradoria-Geral da República.
Mas não saberemos, muito provavelmente.
Porque ainda estamos longe, muito longe, de viver no Reino Encantado da Transparência.
Está tudo dominado no Pará, tristeza
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