quinta-feira, 22 de abril de 2021

A derrota dos mercenários e o triunfo dos torcedores. Viva o futebol!

Torcedores ingleses protestam contra a Superliga: O futebol pertence a nós, não a vocês.
Viva o futebol! E fora os mercenários que não têm qualquer identidade com os clubes.
De dinheiro, todo mundo gosta.
Quem bate no peito e proclama que não tem, digamos assim, muito apego a dinheiro está mentindo.
Agora, dos que gostam de dinheiro - quase todo mundo -, quase ninguém tem coragem de dizer que gosta.
Dessa hipocrisia, convenhamos, estão livres os mercenários que comandam os grandes clubes da Europa - mais precisamente os grandes da Inglaterra, os espanhóis Real Madri e Barcelona e uns três italianos.
Esses mercenários, 12 no total, gostam de dinheiro, dizem que gostam e fazem de tudo para excluir que os que têm pouco ou nenhum dinheiro.
Essa ideia da Superliga europeia - a natimorta tentativa de reunir 15 clubes fixos, que não seriam nunca, jamais rebaixados, e convidar mais cinco para disputar anualmente uma competição - revelou na medida duas coisas.
A primeira: o mercenarismo no futebol anda pari passu com a falta de identidade, com o descompromisso e a desvinculação dos mercenários da história, da tradição e do peso da representatividade dos clubes que eles comandam.
A segunda: a raça, a galhardia, a coragem e a contundência com que torcedores - aqueles de raiz, que não costumam torcer apenas de quatro em quatro anos para as seleções que disputam uma Copa do Mundo - se mobilizaram para pressionar os mercenários e fazê-los desistir dessa ideia tão ridícula e danosa para o futebol.
Foi por causa dessa mobilização que a Superliga morreu antes de começar. E não apenas morreu, mas escancarou a caratonha de mercenários que sequer têm vergonha de proclamar que gostam de dinheiro, mas não dizem que a falta de dinheiro não se resolve tentando subtrair do futebol a sua verdadeira essência: a competição.
A mobilização foi tamanha, principalmente na Grã-Bretanha, que por muito pouco esse assunto não virou uma questão de estado por lá. Isso porque o primeiro-ministro Boris Johnson avisou que, se os clubes ingleses não desistissem de aderir a essa maluquice, ele proporia uma lei para barrar a entrada das agremiações na Superliga, sob a justificativa de que tal adesão configuraria a prática de cartel.
Aliás, os torcedores brasileiros, esses fortes, bem que poderiam se mirar nos europeus, sobretudo os ingleses, para pressionar seus clubes a sanear suas contas e implantar gestões profissionais. Isso, sim, seria uma boa motivação para pressões e protestos, e não atacar jogadores e técnicos quando os times perdem duas partidas seguidas.

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