Como jornalistas, não somos nem super-homens, nem supermulheres.
Somos humanos, apenas isso.
Humanos que somos, erramos.
Quando erramos, não merecemos ser tratados como se fôssemos bandidos ou repositórios dos mais repugnantes preconceitos da face da Terra (as duas, a plana e a redonda, vale dizer).
Franssinete Florenzano é uma profissional que dispensa apresentações - por sua seriedade, integridade profissional (como jornalista e servidora pública concursada) e pela dignidade com que se conduz no papel de cidadã.
Seu blog e suas redes sociais, que estão entre os de maior audiência em Belém e no estado, abordam temas do maior interesse público.
No dia 20 de março, ela publicou em seu blog a informação de que o professor indígena Elton Sarmento Lopes saiu para caçar com um parente e acabou se perdendo na floresta, na região do Tapajós, oeste do Pará. Ele foi localizado e resgatado pelo helicóptero do Grupamento Aéreo de Segurança Pública, quatro dias após se perder.
Franssinete errou. Ainda que sem qualquer intenção de ofender o professor, utilizou termos como "índio" e "aculturado".
A jornalista, ao perceber o erro e diante de comentários ora debochados, ora ofensivos de leitores nas redes sociais, não apenas excluiu a postagem, como desculpou-se de forma clara, insonfirmável e contundente. Desculpou-se sinceramente. O título da postagem diz tudo: Minha culpa.
Mesmo assim, foi alvo de uma nota - virulenta, violenta e despropositada - assinada por 15 entidades.
As entidades, por seus representantes, em nenhum momento procuraram a jornalista antes de publicar a nota.
Em nenhum momento exerceram o legítimo direito de resposta no blog dela.
Não.
Em vez disso, divulgaram uma nota com tons justiceiros: é como se os subscritores, expelindo ódio por todos os poros, funcionassem ao mesmo tempo como policiais, membros do Ministério Público e do Poder Judiciário.
Arrogando-se tais poderes, indiciaram, denunciaram e condenaram a jornalista. Inapelavelmente. Irrecorrivelmente.
É uma pena que o nível de tolerância, ou melhor, de intolerância tenha chegado ao patamar a que está chegando.
Mas esse caso é ilustrativo de que a cada dia podemos aprender.
Aprendemos, inclusive, que a defesa de segmentos culturais e populacionais - cujas vozes, no curso dos tempos, são sufocadas pelo preconceito e pela intolerância - pode também incorrer em injustiças e intolerâncias.
As mesmas injustiças e intolerâncias que dizem combater.
Bolsonaro fazendo escola.
ResponderExcluirA Jornalista Franssinete Florezano, tem o direito de errar como todo ser humano, ela é imparcial e não pende só para um lado e isto já diz tudo.
ResponderExcluir