sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Thiago começa a bater - duro - em Priante e Helder, que acusam os golpes. E agora, quais serão os próximos rounds?

Na campanha do MDB, Priante é Helder, Helder é Priante. Priante-Helder, Helder-Priante
são um só (imagem extraída de um das inserções do programa de Priante no horário gratuito).

Antes mesmo de 16 de setembro, prazo fatal para os partidos definirem seus candidatos, estrategistas políticos (alguns ainda na arena política, outros observando-a atentamente do lado de fora) ouvidos pelo Espaço Aberto eram unânimes - repetindo-se, unânimes - num ponto: se indicasse o deputado emedebista José Priante como candidato a prefeito de Belém, o governador Helder Barbalho (MDB) ficaria à margem da campanha, para não expor sua imagem e a de seu governo a ataques de adversários no horário da propaganda eleitoral gratuita.

Àquela altura, já tínhamos a Operação Para Bellum, deflagrada em 10 junho, por determinação do STJ, para apurar supostas irregularidades na compra de respiradores pelo governo do estado, e a Operação Solércia, no dia 18 do mesmo mês, para investigar fraudes em contratos celebrados pela Seduc.

Nota indica que Helder acusa o golpe dos ataques
do Cidadania. Vai ficar por isso mesmo?
Duas semanas após a convenção do MDB aprovar Priante como candidato do partido a prefeito de Belém, o mesmo STJ autorizou a Operação SOS, realizada no dia 29 de setembro, para apurar um suposto esquema criminoso na construção de hospitais de campanha.

Iniciada a propaganda no rádio e na TV, comprovou-se que todos os estrategistas - todos, sem exceção - estavam equivocados em suas projeções.

Desde o primeiro dia de campanha até agora, Priante é Helder, Helder é Priante. Priante-Helder, Helder-Priante são um só.

O governador é o garoto-propaganda da campanha de Priante.

Não há uma inserção sequer, em suas peças, que a campanha de Priante não se vincule direta, explícita e enfaticamente a Helder - seja mostrando imagens do governador, seja mencionando ações do estado no combate à pandemia, seja ressaltando que, em todas as áreas, o candidato emedebista, se eleito, vai governar Belém de braços dados com Helder. Se quiserem conferir, clique aqui.

Os efeitos da estratégia do governador, de expor-se de alma e corpo inteiros na campanha de Priante, não se fizeram esperar.

Arsenal desovado - Há dois ou três dias, a campanha de Thiago começa a desovar, digamos assim, seu arsenal e apontá-lo em direção a Priante.

O arsenal, como era previsível, exibe reportagens sobre fatos descobertos pelas operações da Polícia Federal e volta a colocar em evidência contra Priante, relacionadas a supostas fraudes relacionadas ao DNPM.

Para veicular sua artilharia na TV, com ataques mais pesados a Priante-Helder, a campanha de Thiago limita-se a obedecer estritamente ao que determina a legislação: veicula as peças com letras em caixa alta que aparecem verticalmente, no lado esquerdo da telinha, informando que a propaganda é de responsabilidade da Coligação Renova Belém, que apoia o candidato do Cidadania.

Com esse recurso, telespectadores menos atentos - que são a maioria, para não dizer a esmagadora maioria - chegam a imaginar, em certos momentos, que as matérias (pinçadas de telejornais) não fazem parte da propaganda de um candidato. Mas fazem, é claro.

Helder-Priante já acusaram o golpe.

Nesta sexta-feira (30), nota publicada no Repórter Diário, a coluna mais importante do jornal da família do governador, considera que os ataques de Thiago Araújo estariam "quebrando o clima de cordialidade e respeito entre os candidatos".

Priante-Helder ou Helder-Priante vão reagir?

Os próximos dias, ou melhor, os próximos rounds dirão.

Um comentário:

  1. O problema do Thiago Araujo é que todo mundo já sabe que ele é a continuidade do pior prefeito que Belém já teve, desde a redemocratização. Zenaldo é a âncora que afunda ( e leva a cada chuva Belém pro fundo) junto com a candidatura do jovem parlamentar, que , até pela extrema juventude e inexperiência , quase nada tem de próprio para apresentar.

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