sexta-feira, 2 de outubro de 2020

A "Premier League" do Amapá é o laboratório do horror, da tragédia e da irresponsabilidade

O Zerão, em Macapá: o primeiro estádio do Brasil a receber público,
por uma concessão, ao que se diz excepcionalmente, da prefeitura da capital amapaense

Pavoroso.
Macapá, ou melhor, a Premier League amapaense, está subindo para as manchetes.
Por enquanto, apenas no Brasil.
Posteriormente, quem sabe, no mundo inteiro.
A questão é a seguinte.
Ontem, quinta-feira (1), foi a decisão do Campeonato Amapaense. O Ypiranga ganhou de 2 a 0 do Santana e foi campeão.
Vivas!
O detalhe é que a Prefeitura de Macapá autorizou, ao que se diz excepcionalmente, a presença de público no estádio Zerão, que recebeu apenas 300 pessoas.
Mas foi uma tragédia.
Na entrada do estádio, segundo matéria que vi há pouco, no Bom Dia Brasil, parece que o jogo era na Suíça, ou mesmo na Premier League original, a da Inglaterra: todo mundo direitinho - de máscara, mantendo o distanciamento, lambuzando as mãos de gel, ouvindo recomendações, tudo isso.
Coisa de Primeiríssimo Mundo.
Dentro do estádio, um horror.
Zilhões sem máscara, cada um berrando na cara do outro (e haja Covid-19 se espalhando), todo mundo bem juntinho (aquelas imagens lindas, bem família, que emissoras de TV adoram mostrar, entenderam?) e, como não poderia de ser, torcedores se agarrando (literalmente se agarrando mesmo), em abraços apertadíssimos e emocionados para festejar os gols do Ypiranga e a conquista do título.
Macapá, ou melhor, a Premier League amapaense, é o laboratório da tragédia.
Ali é um laboratório de tudo o que não deve ser feito.
O laboratório foi inspirado na startup  dos cientistas Bolsonaro e Trump, o primeiro, vocês sabem, uma excelência que descobriu nos próprios eflúvios nasais como infectar o mundo de Covid, e o segundo, uma sumidade da ciência que já atestou a eficácia de desinfetante contra o coronavírus.
Quem quiser embarcar nessa aventura trágica, basta entrar em contato com a Prefeitura de Macapá.

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