quarta-feira, 14 de outubro de 2020

A nomeação do novo reitor da UFPA não é um favor de Bolsonaro. É a rendição de um autocrata à democracia.

Como se diz na postagem do blog no Instagram: até que enfim!

Bolsonaro deve estar passando mal, após ter-se rendido, inexorável e inapelavelmente, à legalidade, à legitimidade e aos critérios democráticos que orientaram a eleição para reitor da UFPA.

A comunidade universitária está de parabéns, pela mobilização que empreendeu nas últimas semanas, em defesa do respeito à autonomia universitária, que chancelou a escolha do novo reitor.

Os amplos segmentos da sociedade civil, que resistem em defender de peito aberto o respeito aos mais elementares direitos que a democracia enseja, também estão de parabéns.

Saibam todos - inclusive bolsonaristas fanáticos, que escabujam seus ódios por aí - que Bolsonaro ter nomeado o primeiro nome da lista tríplice não foi um favor, não foi uma concessão, não foi um ato de generosidade extrema. Até porque quem não se comoveu, até hoje, com mais de 151 mortos nesta pandemia horrorosa não se credencia a ser alguém generoso.

Ao contrário, o presidente da República, ao nomear Tourinho, apenas admitiu - muito embora a contragosto, muito embora com sentimentos de repulsa, muito embora com nojinho - a imposição da legitimidade.

Por isso, deve estar passando mal hoje.

Todas as vezes em que autocratas de almanaque se rendem aos princípios democráticos, eles geralmente precisam medicar-se. Do contrário, não suportariam esses momentos em que as regras democráticas, apesar dos pesares, falam mais alto e ostentam sua notória supremacia.

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