Não tenho certeza, mas acho que foi de Armando Nogueira - o velho mestre, que escrevia sobre quaquer esporte com a leveza e o requinte dos melhores poetas - um texto que li certa vez.
Ele dizia que, no futebol, um craque precisava de apenas uma nesga de campo, de 1 metro quadrado que fosse, para exibir sua genialidade e seu talento.
É verdade.
Lembrem-se, por exemplo, de Pelé chapelando dentro da área um desconjuntado zagueiro sueco e vocês haverão de concordar que Armando Nogueira tinha razão.
Lembrei-me dessa verdade enquanto assisto, madrugadas a dentro, aos jogos da fase final da NBA que estão em andamento.
Se no futebol um craque precisa de 1 metro de quadrado para mostrar sua genialidade, no melhor basquete do mundo, o da NBA, meio segundo - isso mesmo, apenas e tão somente meio segundo - representa uma eternidade.
Veja o lance no vídeo.
Aconteceu na última quinta-feira (3).
Faltava meio segundo pra terminar o jogo.
O Toronto Raptors perdia para o Boston Celtics por 103 a 101.
Kyle Lowry, do Raptors, pegou um bola e passou-a para OG Anunoby, que arremessou.
Quando a bola viajava para a cesta, o cronômetro zerou.
Mas valeu a cesta. De três pontos.
O Raptors ganhou por 104 a 103.
Vejam a NBA.
E tenham certeza de que meio segundo é uma eternidade.
Como dizia o Zezinho do Açaí, ali da Pariquis, você vai saber o quanto demora 1 segundo dependendo de qual lado da porta do banheiro você está.
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