terça-feira, 29 de setembro de 2020

"Quanto a SKN depositou para você passe para o Beltrame também". É Cassol falando.



A representação da Polícia Federal à Procuradoria Geral da República incluiu o ex-secretário de Saúde do Pará Alberto Beltrame entre os suspeitos que deveriam ser presos no âmbito da Operação SOS, que nesta terça-feira (29) foi deflagrada para apurar fraudes em 12 contratos firmados pelo governo do Pará com organizações sociais para gerir hospitais de campanha durante a pandemia do coronavírus Covid-19.
A prisão de Beltrame, no entanto, foi considerada desnecessária pela subprocuradora Lindôra Araújo. Mas Peter Cassol Silveira - flagrado pela Para Bellum, em junho passado, com cerca de R$ 750 mil congelados num cooler - não escapou da prisão, agora decretada pelo ministro Francisco Falcão.
Mesmo que Beltrame não tenha sido preso, é possível aferir-se num trecho da decisão do ministro, no entanto, a extensão e a natureza das ligações entre o então secretário de Saúde e seu secretário-adjunto.
Com base em conversas extraídas do celular de Cassol e de outros alvos alcançados pela Para Bellum, Francisco Falcão referiu-se especialmente a uma conversa entre Cassol e Paula Martins, apontada como assessora da Secretaria de Saúde.
"Quanto a SKN depositou para você passe para o Beltrame também", orienta Cassol, referindo-se à SKN Importação e Exportação, a empresa que vendeu 152 respiradores imprestáveis ao governo do Pará.
Para o ministro do STJ, a orientação de Cassol à assessora da Sespa configura "forte indicativo do pagamento de propina por parte da empresa", investigada no âmbito de inquérito ainda em curso no Superior Tribunal de Justiça.
Vejam as imagens de trechos da decisão de Falcão.
Está tudo lá.

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