O Brasil, ou pelo menos parte dele, foi dormir ontem à noite horrorizado e enojado, após ver estas cenas no Fantástico, que mostrou uma mulher agredindo repulsivamente um fiscal da Vigilância Sanitária no Rio.
O Brasil acordou hoje tomando conhecimento de que essa mulher foi demitida da empresa onde trabalha, a Taesa, que opera com transmissão de energia.
A demissão repara essa hediondez?
Em parte, sim, eis que revela uma atitude firme da empresa contra condutas afrontosamente inaceitáveis, como a de uma colaboradora sua capaz de protagonizar, em espaço público, um espetáculo chocante de injustificável preconceito contra agente público no exercício pleno de seus deveres funcionais.
Sem falar em outra transgressão que a mesma mulher e seu companheiro cometeram - frequentar ajuntamento de pessoas sem o uso obrigatório de máscara.
No fundo do fundão, porém, a demissão, infelizmente, pouco resolverá.
Porque ainda temos impregnada fortemente na sociedade brasileira aquela percepção distorcida, deformada e cruel, de que um diploma, sobretudo e principalmente se for de curso superior, confere ao diplomado uma superioridade, um status social de tamanha importância que acaba servindo, em muitas ocasiões, como um salvo-conduto para a prática de barbaridades, atrocidades e agressões horrorosas como essa.
Tem mais.
A agressora, agora demitida, está sendo ainda mais execrada nas redes sociais porque atribuem à condição dela, de bolsonarista, o preconceito externado de maneira repugnante.
Aí não.
Quando se trata de preconceito, inclusive os de ordem intelectual, os preconceituosos são de todos os partidos, de todas as ideologias.
Poucos, pouquíssimos, escapam.
Ou por outra: os que escapam são as exceções que confirmam a regra. Infelizmente.
Precisamos exibir, nas ruas e em todo lugar, nosso diploma de tolerância - inclusive com a diversidade e com o pluralismo que, pelo menos em tese, diferenciam para melhor as sociedades democráticas.
Mas, afinal, onde está esse diploma que todos deveríamos exibir?
Essas criaturas, que se acham superiores a todas as pessoas, acima da Lei, e que acreditam num atleta e que essa gripezinha não os atinge, são os primeiros a se arrependerem de suas atitudes qd a morte chega perto deles ou de seus entes queridos. Nesse momento, criam paginas e perfis na internet para disseminar o fique em casa, de forma tardia, mas sempre bem vinda. Façamos nossa parte, para que eles os façam no futuro e saibam que nessas horas houve uma seleção natural da vida, que só os mais fortes de espírito sobrevivem.
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