sábado, 4 de abril de 2020

Bolsonaro exibe uma mítica covardia ao desprezar Mandetta enquanto o mantém no cargo

Mandetta reforça distanciamento social um dia após passeio de ...
Mandetta: conduta elogiável à frente do Ministério da Saúde, em meio a esta crise da pandemia
do coronavírus Covid-19, esbarra na paranoia e em outras instabilidades mentais de seu chefe
É intolerável, inadmissível, surpreendente e politicamente idiota - absolutamente idiota - que um presidente, neste Brasil ou em qualquer país da Terra plana - se permita desautorizar publicamente um ministro seu e, ainda assim, mantenha o ministro no cargo.
Mas neste Brasil, em que um presidente da República assume ares e ardores de um lunático de carteirinha, é possível, sim, termos um episódio como o já mencionado, em que o intolerável, inadmissível, surpreendente e politicamente idiota transcendem e transpõem os mínimos níveis de razoabilidade e bom senso.
Em entrevista à Rádio Jovem Pan, na quinta-feira (02), Jair Bolsonaro, esse monumento vivo à tolerância, à sensatez e à mais aguda e arguta sensibilidade política, disse o seguinte, referindo-se a seu ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta:

Olha, o Mandetta já sabe que a gente esta se bicando há algum tempo. Não pretendo demiti-lo no meio da guerra. Em algum momento, ele extrapolou. Respeitei todos os ministros, ele também. A gente espera que ele dê conta do recado. Tenho falado com ele. Ele está numa situação meio... Se ele se sair bem, sem problema. Nenhum ministro meu é indemissível.

Em seguida, disse que não tem nenhum problema com o ministro da Economia, Paulo Guedes, realçou disse que "Mandetta quer fazer a vontade dele muitas vezes". E complementou: “Pode ser que ele esteja certo”, mas reforçou que "falta humildade" ao ministro da Saúde.
Dizendo isso, Bolsonaro insufla, atiça sua tropa contra o ministro.
E deixa Mandetta politicamente desguarnecido.
E por que ele, o ministro, continua no governo?
Porque até mitos, às vezes, têm medo – senão de uma gripezinha ou de um resfriadinho, pelo menos de reações populares intensas em relação a medidas e condutas que adotam.
Por isso, Bolsonaro, criticando e desautorizando seu ministro, exibe uma mítica demonstração de covardia.
Porque ele não tem coragem, verdadeiramente não, de demitir Mandetta.
Sobretudo agora, após pesquisa da Folha ter atestado que, especificamente na condução da crise da pandemia, Mandetta está com aprovação muito mais alta que a de Bolsonaro.
Porque não tem coragem de demitir o ministro, o presidente o frita em público.
Covardemente.
Só Olavo de Carvalho seria capaz de explicar isso.

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