Mandetta: conduta elogiável à frente do Ministério da Saúde, em meio a esta crise da pandemia do coronavírus Covid-19, esbarra na paranoia e em outras instabilidades mentais de seu chefe |
É intolerável, inadmissível, surpreendente e
politicamente idiota - absolutamente idiota - que um presidente, neste Brasil
ou em qualquer país da Terra plana - se permita desautorizar publicamente um
ministro seu e, ainda assim, mantenha o ministro no cargo.
Mas neste Brasil, em que um presidente da
República assume ares e ardores de um lunático de carteirinha, é possível, sim, termos um episódio como o já mencionado, em que o
intolerável, inadmissível, surpreendente e politicamente idiota transcendem e
transpõem os mínimos níveis de razoabilidade e bom senso.
Em entrevista à Rádio Jovem Pan, na
quinta-feira (02), Jair Bolsonaro, esse monumento vivo à tolerância, à sensatez
e à mais aguda e arguta sensibilidade política, disse o seguinte, referindo-se
a seu ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta:
Olha,
o Mandetta já sabe que a gente esta se bicando há algum tempo. Não pretendo
demiti-lo no meio da guerra. Em algum momento, ele extrapolou. Respeitei todos
os ministros, ele também. A gente espera que ele dê conta do recado. Tenho
falado com ele. Ele está numa situação meio... Se ele se sair bem, sem
problema. Nenhum ministro meu é indemissível.
Em seguida, disse que não tem nenhum problema
com o ministro da Economia, Paulo Guedes, realçou disse que "Mandetta quer
fazer a vontade dele muitas vezes". E complementou: “Pode ser que ele
esteja certo”, mas reforçou que "falta humildade" ao ministro da
Saúde.
Dizendo isso, Bolsonaro insufla, atiça sua tropa
contra o ministro.
E deixa Mandetta politicamente desguarnecido.
E por que ele, o ministro, continua no governo?
Porque até mitos, às vezes, têm medo –
senão de uma gripezinha ou de um resfriadinho, pelo menos de reações
populares intensas em relação a medidas e condutas que adotam.
Por isso, Bolsonaro, criticando e desautorizando
seu ministro, exibe uma mítica demonstração de covardia.
Porque ele não tem coragem, verdadeiramente não,
de demitir Mandetta.
Sobretudo agora, após pesquisa da Folha ter atestado que, especificamente na condução da crise da pandemia, Mandetta está com aprovação muito mais alta que a de Bolsonaro.
Porque não tem coragem de demitir o ministro, o presidente o frita em público.
Sobretudo agora, após pesquisa da Folha ter atestado que, especificamente na condução da crise da pandemia, Mandetta está com aprovação muito mais alta que a de Bolsonaro.
Porque não tem coragem de demitir o ministro, o presidente o frita em público.
Covardemente.
Só
Olavo de Carvalho seria capaz de explicar isso.
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