terça-feira, 28 de abril de 2020

Blogueiros são alvos de ação policial. Defesa diz que eles não sabem do que são acusados, porque juiz não levantou o sigilo do processo.



Os bloqueiros Diógenes Brandão, do As Falas da Pólis, e Eduardo Cunha, do Pará Webnews, foram alvos, na manhã desta terça-feira (28), de um operação policial ordenada pelo juiz Heyder Tavares, da 1ª Vara de Inquéritos Policiais, a pedido da delegada Kézia, da Divisão de Prevenção e Repressão a Crimes Tecnológicos (DPRCT).
Na operação, que contou com a prévia concordância do promotor de justiça Luiz Márcio Cypriano, que se manifestou nos autos a pedido do magistrado, foram apreendidos computadores, celulares e documentos.
Em conversa há pouco, com o Espaço Aberto, o advogado Sábato Rossetti, que juntamente com seu colega Michell Durans representa os dois blogueiros, disse que tanto Brandão quanto Cunha não sabem até agora por que foram alvos da ação policial.
“À casa do Diógenes compareceram nove policiais e na do Eduardo, 15. Eles não chegaram nem a ser ouvidos pela delegada Kézia. No mandado de busca de apreensão, não consta nem o que deveria ser apreendido”, afirmou Rossetti.
Ele disse que até agora a defesa dos blogueiros não sabe a motivação para as buscas e apreensões, uma vez que o juiz decretou sigilo no processo. “Nós não conhecemos nem a manifestação da delegada, nem a manifestação do promotor e nem os fundamentos da decisão judicial que embasou a operação”, afirmou o advogado, acrescentando que ainda aguarda o juiz franquear o acesso dos investigados aos autos, para que possam se defender.
Rossetti disse ter ouvido de Diógenes que, no início deste ano, em mês que o advogado não soube precisar, o blogueiro, atendendo a uma intimação da delegada Kézia, compareceu à polícia. “A única pergunta que ela fez a ele foi sobre uma postagem de que os gastos de propaganda do governador Helder Barbalho eram superiores aos do governador Simão Jatene. Ele, o Diógenes, respondeu que sim, que assumia a autoria da postagem. E disse que a informação estava respaldada por dados que ele colheu no próprio Portal da Transparência”, informou Rossetti.
Nessa primeira ocasião, segundo o advogado, não houve busca e apreensão, mas apenas o comparecimento do blogueiro à polícia. Agora, desta vez, houve a busca e apreensão e sequer os dois blogueiros foram chamados à polícia. Nem eles, nem nós, seus advogados, sabemos de que eles estão sendo acusados, daí não podermos dizer se é sobre fake news, como está sendo divulgado. Pode até ser, mas não sabemos, porque a defesa ainda não teve acesso ao processo”, informou Sábato Rossetti.


“Não devo nada”
Ao blog Ver-o-Fato, do jornalista Carlos Mendes, Diógenes afirmou: “Não devo nada, não temo nada. O que faço é exercer o direito constitucional de crítica a um governante que foi eleito pelo povo e ao povo deve satisfações de seus atos”. Segundo ele, os agentes da Polícia Civil agiram com “truculência e desrespeito” à família dele, inclusive invadindo o quarto onde estava sua esposa e uma filha, surpreendidas em suas intimidades e ainda com vestes de dormir.
Não opus nenhuma resistência ou criei qualquer obstáculo ao trabalho da polícia, embora eles se comportassem de força destoante do que dizia a própria ordem judicial, que falava em ação moderada para não molestar os moradores. O blogueiro disse também ter fornecido as senhas dos computadores apreendidos e dos celulares dele e da esposa.
“Levaram 18 objetos da nossa casa, até a fonte e o cabo do modem para eu não me comunicar com ninguém e fiquei uma hora e meia incomunicável, impedido de falar com meu advogado, enquanto eles pegavam tudo o que queriam”. Em conversa no mês passado com a delegada, Kézia, uma das responsáveis por abrir investigação contra ele, Brandão disse ter ouvido dela críticas ao blogueiro Eduardo Cunha, ao afirmar que ele “pegava pesado” com o governador Helder Barbalho e com a esposa deste, Daniela.
O Espaço Aberto não conseguiu contato com o blogueiro Eduardo Cunha.

4 comentários:

  1. A vida como ela é #29/4/20 09:45

    01) - Faça o que eu mando ou te exonero. (Faz pose de superioridade)
    02) - Sim, senhor. Perfeito. (Sai de cabeça baixa e vai até o subordinado)
    03) - Faça o que eu mando ou te exonero. (Faz pose de superioridade)
    04) - Sim, senhor. Perfeito. (Sai de cabeça baixa e vai até o subordinado)
    05) - Faça o que eu mando ou te transfiro pra onde você está com o filme queimado! (Faz pose de superioridade)
    06) - Sim, farei., (E pensa, "Faço, fazer o que...". e faz cara desanimada)
    07) - Policial, pegue a sua equipe e... bla bla bla, entendeu? (Faz cada de superioridade)
    08) - Sim, é pra já! (Faz de orgulhoso, pela confiança que lhe foi depositada)
    09) - É a puliça, é a puliça! Abra a porta ou arrombamos! (Estufa o peito e faz cara de autoridade)
    10) - Um dos populares que correram para assistir a ocorrência, comenta para o filho que lhe acompanha, "Ainda bem que temos os homens da lei para nos proteger, não é mesmo?"
    11) - Papai, quando crescer quero ser puliça!
    12) - Hierarquia é tudo. Quem pode manda, quem não pode obedece.

    ResponderExcluir
  2. E dizem que Bolsonaro é que não presta. Uma vergonha! Um Rei Barbalho fazendo tudo isto e nada da grande imprensa noticiar sobre este fato.

    ResponderExcluir
  3. Sendo Barbalho ou não, resta aguardar o acesso aos autos para sabermos mais detalhes.
    Tudo é possível!!

    ResponderExcluir
  4. Anônimo3/5/20 19:06

    Delegada Quesia Pereira Cabral Dorea

    ResponderExcluir