segunda-feira, 17 de junho de 2019

Hélcio Amaral – uma grandeza imorredoura


Hélcio Amaral de Souza tinha um coração imenso.
Eu, pessoalmente, guardava enorme apreço por ele.
Um apreço especial, vale ressaltar, porque sua esposa, Rosinete, foi minha mestra de Geografia ainda quando estudei o então curso ginasial, no Colégio Dom Amando, em Santarém.
Hélcio Amaral era um gentleman.
Generoso.
Educado.
Atencioso.
Prestativo.
Era um contador de histórias. Aliás, Contador de Histórias foi o título de um livro que escreveu.
Hélcio Amaral era um idealista.
Desses idealistas que jamais se aconchegam a seus sonhos e com eles adormecem comodamente, para continuar apenas sonhando.
Era um desses idealistas que, concretamente, procurou superar os comodismos para ver Santarém - e por extensão a região oeste do Pará, incluindo Óbidos, sua terra natal - como espaço que não fosse apenas referência de exotismos naturais.
Ele pugnava para que essa enorme região do Pará e da Amazônia tivesse sua pujança refletida em favor e em benefício das populações que a habitam.
Na manhã desta segunda-feira, Hélcio Amaral, que foi escritor, historiador, secretário municipal de Cultura de Santarém e presidente da Associação Comercial de Santarém. descansou aos 79 anos, após longa enfermidade.
Sua grandeza, essa não, jamais morrerá.
Ao contrário, será sempre uma fonte de vitalidade.

Um comentário:

  1. FÁTIMA DO SOCORRO GOMES COSTA9/7/19 14:37

    O Guardador de memórias: Primeiro livro de Hélcio Amaral revela fragmentos históricos da Amazônia
    Portal OESTADONET - 22/11/2017

    Créditos: Hélcio Amaral relata fragmentos da história econômica e política da região. Foto: Nilza Amaral
    Assíduo pesquisador dos ciclos econômicos da Amazônia e das transformações advindas desses momentos Hélcio Amaral, ao longo da sua trajetória, aprimorou seu conhecimento e nos presenteia agora com "O Guardador de Memórias - Fagmentos históricos da Amazônia", livro essa obra rica em relatos de grande valor cultural. Os fragmentos das suas leituras nos mostram tanto a riqueza socioambiental quanto os desastres político-econômicos que a região enfrenta desde o início da sua ocupação marcada pela descida do rio Amazonas – dos Andes até sua foz – ainda no século XVI, por Francisco Orellana.

    Os principais ciclos econômicos da Amazônia, como o do cacau, da borracha, da juta e do ouro, são discutidos com muita propriedade e nos levam a uma reflexão sobre as históricas crises por qual passou (e ainda passa) essa região. Discorre também sobre importantes registros feitos por pesquisadores e viajantes que contribuíram para o desenvolvimento da ciência com suas anotações detalhadas e ricas ilustrações que mostravam a fauna e a flora exóticas bem como os indígenas, retratados com sua cultura tão diferente de qualquer uma que o europeu já tivesse conhecido até então.

    Santarém, cidade que o acolheu ainda garoto e onde vive até hoje com sua esposa Rosi, é colocada para o leitor numa narrativa leve e bem-humorada onde os aspectos culturais das famílias da Época da Vovó, por exemplo, são descritos mostrando os inúmeros desafios enfrentados pelas pessoas que moravam nas cidades do baixo amazonas e que não dispunham nem de serviços de saneamento básico e nem de energia elétrica, por exemplo. Pessoas empreendedoras se dispuseram a promover o desenvolvimento econômico que beneficiasse toda a região, registro feito quando narra a história da Tecejuta e os graves problemas ambientais deixados pelos canais de colmatagem de Cacoal Grande. Registra a generosidade com que os santarenos receberam os ex-confederados norte-americanos, no século XIX e os nordestinos – os Soldados da Borracha – na segunda metade do século XX. Ambos os grupos, com sua diversidade cultural, contribuíram sobremaneira para o desenvolvimento econômico de Santarém e do Baixo Amazonas.

    A história da fazenda Taperinha, onde localiza-se a edificação rural mais antiga da Amazônia, é contada resumidamente tão somente para enfatizar a importância daquele lugar para o desenvolvimento científico e econômico da Amazônia, sem nenhuma pretensão de competir com os estudos de arqueologia realizados por importantes cientistas, como a doutora Anna Roosevelt que, em 1984, constatou através do sambaqui Taperinha, a existência de uma civilização de 7.000 anos na região.

    Muitas histórias narradas nessa obra não tinham registros escritos até então, eram apenas informações orais que o autor recebera de familiares e amigos; mas curioso como só ele saber ser investigou e resolveu registrá-las após constatar a veracidade dos fatos. As intrigantes narrativas da Caldeira do Barão e a da Via Sacra do Beiradão são esses exemplos e a partir de agora ficarão registrados na cultura e na história dos santarenos.

    De acordo com a doutora Denise Gomes, pesquisadora do Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro e que prefaciou essa obra, “esse é um livro para ser lido aos poucos, uma crônica de cada vez, a serem absorvidas em todos os seus detalhes”. O livro foi escrito devagarzinho, quase sem pressa, e agora será uma boa companhia para os momentos de lazer cultural.

    Serviço:

    Livro O Guardador de Memórias - Fagmentos históricos da Amazônia

    Lançamento: 24 de novembro

    Local: Salão do Livro do Baixo-Amazonas - estande da Secult.

    Horário: 19 horas

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