quarta-feira, 5 de junho de 2019

Construção irregular ameaça recanto paradisíaco em Alter do Chão


Um dos lugares mais lindos deste planeta – sim, deste planeta, sem exagero algum – está sob novas ameaças.
Alter do Chão, em especial as margens do Lago Verde, foi escolhido como o local preferido para edificações que contribuem para causar danos irreversíveis ao meio ambiente.
Trata-se da construção, obviamente irregular, de uma unidade habitacional às margens do lago.
O Coletivo de Mulheres Indígenas Suraras do Tapajós, povo Borari de Alter do Chão e moradores da Vila, denuncia que o imóvel em construção já suprimiu a vegetação no entorno do Lago Verde e, inclusive, já avançou significativamente sobre a praia, causando danos ambientais irreversíveis.
O ecoturismo, chama atenção o Coletivo, representa atualmente cerca de 90% da economia de Alter do Chão. “Dependemos do nosso patrimônio natural para sobreviver, são igarapés, lagos, praias, florestas alagadas, entre tantas outras belezas, que encantam e guardam a história do povo Borari. A luta para preservar Alter do Chão é constante, inúmeras invasões e construções às margens do lago e na Savana (vegetação rara na Amazônia, que abriga plantas e animais endêmicos de Alter do Chão), vem destruindo o lugar que tanto dá orgulho ao paraense”, diz o manifesto do Coletivo.
A obra viola flagrantemente a legislação ambiental, uma vez que não respeitou os limites das faixas marginais permitidos para a intervenção em áreas de preservação permanente (APP), conforme o art. 4º Lei n. 12.651/2012 (Novo Código Florestal) e Art. 7 º do Plano de Uso da APA Alter-do-Chão.
O Coletivo informa que já foram feitas denúncias à Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) de Santarém, mas, até o momento, os reclamos têm sido em vão. O Ministério Público Federal também foi acionado.
É hora de agir.
E agir rapidamente, para evitar o pior.

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