Fora de brincadeira, mas este país é estranho.
Muito estranho.
Pelo que percebi na noite desta quinta-feira
(21), nas declarações de um procurador da República envolvido nas investigações
que levaram o ex-presidente Michel Temer à cadeia, está para chegar, muito em
breve, o dia em que veremos corruptos nas ruas, todos unidos, confessando em
altos brados que, sim, cometeram crimes de caixa 2.
Tudo para que seus processos desviem-se da Lava
Jato e passem a abrigar-se nos braços da Justiça Eleitoral, a instância
recentemente indicada pelo Supremo como a competente para apreciar casos de
caixa 2 e crimes conexos.
É que o procurador da República Eduardo El Hage disse
claramente à Imprensa que o crime imputado a Temer nada, mas nada mesmo, tem a
ver com caixa 2.
Por que essa ênfase do procurador?
Porque é do interesse do MPF, e também da
sociedade, que o processo siga sob a jurisdição da Justiça Federal Comum, e não
da Justiça Especializada.
Com isso, e pelo rigor que tem demonstrado no
processamento de crimes sob a alçada da Lava Jato, a Justiça Federal teria melhores
condições de instruir e julgar o caso envolvendo Temer, Moreira Franco e outros
suspeitos.
Do que se depreende que, contrariamente, veremos
já, já acusados de crimes passíveis de julgamento pela Lava Jato saindo às ruas
para confessar ardorosamente que cometeram crimes, sim.
Mas de caixa 2, é óbvio.
Não
é estranho este País?
Pedir dinheiro sempre foi corrupção, mesmo que a pretexto de aplicar na campanha eleitoral. O mote "aplicar na campanha" é desculpa para poder sacar o dinheiro via partido. Simples assim.
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