terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Vélez Rodríguez não tem só um parafuso frouxo. Tem vários parafusos frouxos.


Fora de brincadeira, mas o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, é uma espécie de Deyverson do governo do Capitão.
Deyverson já admitiu que, às vezes, “solta um chip” da cabeça dele.
Quanto a Rodríguez, nunca digam a ele que tem apenas um chip a menos.
Ele ficará ofendido.
Digam que ele tem vários chips a menos ou então que ele tem vários parafusos frouxos.
Ele ficará feliz.
A última de Vélez é a de recomendar a diretores de escolas públicas e privadas mandem alunos e funcionários cantarem o hino nacional. E que depois mandem os vídeos para o MEC.
Hehe.
Vélez, vocês sabem, é uma espécie de clone de Olavo de Carvalho no governo do Capitão.
Aliás, foi Olavo quem o indicou. Foi Olavo quem o fez ministro.
Olavo, quando está calmo, desfia palavrões de A até Z e de Z até A.
Olavo, quando está lúcido, duvida que a Terra orbite em torno do Sol.
Vélez, calmo, diz que brasileiros são canibais.
Vélez, lúcido, dá uma recomendação como essa ao MEC.
Deyverson Vélez pensa, talvez, que patriotismo é sentimento que se dissemina por decreto.
Ele precisa ir a um jogo de futebol. Pode até ser em São Paulo mesmo, onde, ao que parece, tem domicílio.
Há anos, estabeleceu-se no Brasil essa besteira de executar o hino nacional antes dos jogos.
Ninguém canta o hino.
Ninguém tira o boné.
São poucos os que sequer se levantam.
E as torcidas de grandes times paulistas fazem sabem o quê?
Fazem paródia do hino nacional, no momento mesmo em que o hino está sendo executado.
Eu mesmo já testemunhei isso várias vezes, sobretudo em jogos do Corinthians, os que mais frequento.
É um desrespeito a um símbolo pátrio?
É claro que sim.
Mas isso demonstra que o patriotismo não se estimula com recomendações, decretos ou atos do gênero.
O patriotismo é uma questão de consciência. É uma questão que se achega ao íntimo de cada cidadão – com suas idiossincrasias, suas ideologias, suas posições políticas e seus valores (os culturais, inclusive).
O que pretende, afinal, Ricardo Deyverson Vélez com essa recomendação?
Pretende fazer um documentário com dezenas ou centenas de estudantes cantando o hino nas escolas.
Pretende revelar ao mundo que o governo do Capitão, enfim, chegou para instilar sentimentos patrióticos nessa galera mais jovem?
Pretende criar uma espécie de cadastro de escolas alinhadas com princípios e valores que ele, o ministro, considera consentâneos com os seus e com os do governo que integra?
Enfim, o que pretende o ministro?
Talvez se conseguirem apertar seus parafusos, aí então Deyverson Vélez poderá apresentar uma explicação plausível.

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