No blog Uruatapera, da jornalista Franssinete Florenzano, sob o título O outono do senador:
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A professora doutora em História Maíra Maia, 40 anos, militante de esquerda, simpatizante do PT e crítica do governo de Jair Bolsonaro, resolveu se fantasiar de “Barbie Fascista” e saiu assim, com uma placa na mão que dizia “O PT acabou com a minha vida!”, no bloco “Os Petralhas”, no pré-Carnaval de Belém na Cidade Velha, no sábado, anteontem. Em sua página no Facebook, o professor doutor em Sociologia e Antropologia Edgard M. Chagas Jr., que estava ao seu lado, relatou que na Praça do Carmo, por volta das 20h, ao avistar o senador Paulo Rocha(PT/PA), ela foi cumprimentá-lo e mostrar a ele a fantasia, uma das mais fotografadas do desfile. Mas Paulo Rocha, "visivelmente bêbado, partiu para cima de Maíra" xingando-a de “elite exploradora” e teve que ser contido pelas pessoas que estavam próximas. Seguiu-se um bate-boca degradante e o senador Paulo Rocha foi retirado do local por assessores e amigos. O fato repercutiu intensamente nas redes sociais, onde todos, inclusive militantes históricos do PT, pessoas que votaram e trabalharam em sua campanha política, repudiam a conduta desonrosa do senador. Detalhe: ele sequer se deu ao trabalho de pedir desculpas em suas redes sociais. Segue postando fotos como se nada tivesse acontecido.
Ao site Conexão AMZ, editado pelas jornalistas Rita Soares, Layse Santos e Rodrigo Vieira, Paulo Rocha disse ontem à noite "estar triste com o episódio" e que "sua intenção não era se dirigir à Maíra, mas a um desconhecido que, no meio grupo, o chamou de “senador babaca”. E também que já vinha se sentindo hostilizado no local, por isso, quando encontrou o grupo de Maíra, já estava deixando a praça. Paulo Rocha negou também estar alcoolizado. “Tomei apenas duas caipirinhas”.
É uma afronta aos cidadãos paraenses a justificativa do senador Paulo Rocha. Revela que ele se julga no direito de reagir com violência contra quem o critica. Se não quer ser alvo de reprimenda, tem mais é que ficar em sua casa e jamais disputar um cargo público eletivo, muito menos o de senador da República, que exige dignidade, respeitabilidade, honradez, decência e cortesia.
Não é a primeira vez que o senador Paulo Rocha se envolve em confusão, e ainda por cima com petistas e simpatizantes. O blogueiro Diógenes Brandão, editor de "As Falas da Pólis" (que já foi petista de carteirinha), lembra que em agosto de 2017 ele insultou com palavras de baixo calão membros da Juventude do PT que jogaram ovos em evento na Câmara Municipal de Marabá, e foi acusado pelos jovens de seu próprio partido de ter dirigido expressões machistas a homossexuais e mulheres que estavam no local. E ainda chamou de "fascista" e pediu a expulsão do presidente da JPT. Em setembro do mesmo ano, deu dois tapas fortes no peito do professor Luiz Cavalcante, ex-secretário de Estado de Educação do Pará no governo de Ana Júlia Carepa, que é um idoso e militante histórico do PT, porque ele ousou criticá-lo nas redes sociais. Se trata assim seus correligionários, é alarmante imaginar o que faria se seus interlocutores em tais casos fossem adversários políticos.
O Pará não merece ter uma vaga no Senado ocupada por um político com tal conduta. Paulo Rocha deveria renunciar ao mandato e ir tomar todas as doses que achar que deve nas esquinas que escolher. E ser submetido às penas da lei quando agredir mulheres, jovens e idosos.
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