segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019
A discrição, a amabilidade, o jornalista: Ronald Junqueiro
Há algum tempo, informado por amigos comuns, eu acompanhava contristado o estado de saúde delicado, para não dizer delicadíssimo, de Ronald Junqueira (na imagem pinçada de O LIBERAL.com).
Mais recentemente, contristei-me mais ainda ao saber que outras complicações de saúde forçaram-no a submeter-se a uma cirurgia de alto risco e cujas consequências, infelizmente, acabaram por retirá-lo do nosso convívio.
Mas saber do falecimento de Ronald, ocorrido no último sábado, foi um grande golpe.
Quando ingressei em O LIBERAL, em março de 1983, Ronaldo já estava lá.
Era uma das crias do Leal, assim chamados na Redação jornalistas vários - ou muitos, dentro os quais me incluo - que foram formados, na labuta diária do jornalismo, por Cláudio Sá Leal, que era o redator-chefe e, como já devo ter dito por aqui, a meu juízo foi um dos jornalistas mais brilhantes que o Pará já produziu. E só não recebeu láureas que confirmariam seu brilhantismo porque era discreto aos extremos, avesso a holofotes.
Ronald também.
Discretíssimo, amabilíssimo, de uma delicadeza cativante e de um senso ético que o levava a ter um tratamento dos mais rigorosos em apuração de notícias e na edição de matérias, Ronald ajudou a transmitir aos mais novos, como eu, que estrava entrando, boas e imorredouras lições.
Travamos, durante o largo tempo em que trabalhamos, um relacionamento que superou o do coleguismo e se transformou-se em forte amizade.
Deixamos de ter contatos mais frequentes nos últimos anos - o WhatsApp, felizmente, não deixou que cessassem completamente. Mas a amizade, o respeito e o carinho mútuos perduraram.
Por todas as lembranças boas do Ronald, não fui a seu velório.
Quero ficar com imagens vivas dele em minhas lembranças.
Talvez isso venha a preencher o enorme vazio que sua perda representa.
Para seus familiares, seus amigos e para o jornalismo paraense.
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