quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

A cadeira vazia é o verdadeiro discurso do Capitão


Sério mesmo: acho estranha, pra não dizer estranhíssima, a estranheza com que muitos receberam o discurso de pouco mais de seis minutos do Capitão em Davos.
Por que a minha estranheza?
Porque o Capitão, ora, é isso mesmo: “curto e direto”, como ele mesmo disse que seria o seu discurso.
E em toda a sua longa vida pública – porque, assentemos aqui, ele é da velha política, né? -, o Capitão sempre se notabilizou por ser praticamente monotemático (fala mais sobre questões relacionadas a costumes) e sem maiores pendores para defender argumentos opostos aos seus e contraditá-los com fundamento.
Em toda a sua longa – e velha – vida pública, o Capitão foi captado pelos holofotes apenas nas ocasiões em que fez declarações rápidas, curtíssimas, diretíssimas e rasteiríssimas, geralmente em meio a bate-bocas, quando expelia suas concepções em favor, por exemplo, da homofobia, de preconceitos, da tortura, da bala etc.
Por isso o Capitão, não duvidemos, fugiu de debates durante a campanha, mesmo quando liberado pelos médicos, após recuperar-se da facada que levou.
O Capitão, admitamos, só estende-se mais em discursos – por escrito ou de improviso – quando sabe que não haverá ninguém a contestá-lo. Assim foi, por exemplo, nos discursos de posse.
Mas, quando a possibilidade do contraditório aparece, o Capitão deixa a cadeira vazia.
Exatamente como aconteceu nesta quarta-feira (23), em Davos, (vejam na imagem), quando fugiu do contato com jornalistas, provavelmente para não ter que responder a muitíssimas perguntas incômodas, inclusive sobre seu filho Flávio Bolsonaro!
Mas avante!
Avante, Brasil!

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