Sério mesmo: acho estranha, pra não dizer
estranhíssima, a estranheza com que muitos receberam o discurso de pouco mais
de seis minutos do Capitão em Davos.
Por que a minha estranheza?
Porque o Capitão, ora, é isso mesmo: “curto e
direto”, como ele mesmo disse que seria o seu discurso.
E em toda a sua longa vida pública – porque,
assentemos aqui, ele é da velha política, né? -, o Capitão sempre se
notabilizou por ser praticamente monotemático (fala mais sobre questões
relacionadas a costumes) e sem maiores pendores para defender argumentos
opostos aos seus e contraditá-los com fundamento.
Em toda a sua longa – e velha – vida pública, o
Capitão foi captado pelos holofotes apenas nas ocasiões em que fez declarações rápidas,
curtíssimas, diretíssimas e rasteiríssimas, geralmente em meio a bate-bocas, quando
expelia suas concepções em favor, por exemplo, da homofobia, de preconceitos,
da tortura, da bala etc.
Por isso o Capitão, não duvidemos, fugiu de
debates durante a campanha, mesmo quando liberado pelos médicos, após
recuperar-se da facada que levou.
O Capitão, admitamos, só estende-se mais em discursos
– por escrito ou de improviso – quando sabe que não haverá ninguém a
contestá-lo. Assim foi, por exemplo, nos discursos de posse.
Mas, quando a possibilidade do contraditório
aparece, o Capitão deixa a cadeira vazia.
Exatamente como aconteceu nesta quarta-feira (23), em
Davos, (vejam na imagem), quando fugiu do contato com jornalistas, provavelmente para não ter que responder a muitíssimas
perguntas incômodas, inclusive sobre seu filho Flávio Bolsonaro!
Mas avante!
Avante,
Brasil!
Impeachment nele.
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