quinta-feira, 3 de maio de 2018

Que mundo é esse, em que jornalistas são caçados como ratos?


O anúncio da ANJ, publicado nos grandes jornais do País, nesta quinta-feira (03), é perfeito.
Mas o título também poderia ser: Que mundo é esse, em que jornalistas são caçados como ratos?
Porque é assim que tem sido. Sem tirar nem pôr.
Relatório anual da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), divulgado na semana passada, aponta que o crescimento da “midiafobia” é a maior ameaça à atividade de jornalistas pelo mundo.
O clima de ódio, de acordo com a ONG, está cada vez mais acentuado em vários países do mundo, como Estados Unidos, Venezuela, Turquia e Egito, tornando mais arriscada e estigmatizada a profissão, principalmente entre os que atuam de forma independente. Sim, se você Estados Unidos nas linhas acima, você leu certo.
Nos Estados Unidos, a pátria das liberdades e da democracia, Donald Trump se refere a jornalistas como “inimigos do povo” com frequência e ataca meios de comunicação, tachando os que criticam seu governo de fake news. Graças a isso, o país caiu duas posições e ocupa o 45º lugar de 180 países, atrás de Espanha e Chile.
No Brasil, a situação também é dramática — principalmente na cobertura de pautas ligadas à segurança pública e aos direitos humanos nas regiões de periferias ou favelas de grandes cidades. Apesar de ter subido um lugar, o país ainda ocupa a 106ª posição, estagnado há anos.
— A brutal execução da vereadora Marielle Franco pôs em alerta grande parte dos comunicadores que atuam nessas regiões no Rio de Janeiro, que já haviam recebido ameaças, e passaram a se ver como potenciais alvos pelas denúncias que vinham fazendo sobre abusos cometidos pelo Estado.
Na América Latina, a situação é ainda mais grave: vários países reaparecem como os mais perigosos para se exercer o jornalismo. Na Venezuela, registramos no ano passado um número recorde de prisões arbitrárias e violência contra jornalistas por parte das forças de segurança e dos serviços de Inteligência.
Cuba, onde o “regime castrista monopoliza quase por completo a informação”, segue como o país com a pior classificação no continente, no 172º lugar.

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