sexta-feira, 2 de março de 2018

Atletas negros protestando no pódio. Leifert, o gracinha, iria odiar.

Lembram-se da postagem?
Nesta quinta-feira (28), o Espaço Aberto publicou a postagem intitulada Por que Tiago Leifert não nos deixa em paz?
No comentário, critica-se a gracinha de Leifert, que se mostra irresignado quando um evento esportivo vira palco de manifestações políticas. "Um evento como jogo de futebol serve a manifestações políticas? Eu acho que não. Não vejo motivos para politizar o esporte", escreveu o gracioso.
Na postagem, escreveu o poster:

O futebol e o esporte são, sim, espaços maravilhosos para manifestações políticas. E oferecem um espaço imenso, equivalente a um estádio, a dois estádios, a 3 milhões de estádios para manifestações políticas quaisquer que sejam. Há um espaço enorme a ser ocupado para que atletas se mostrem ativos politicamente. Mas eles, de um modo geral, mantêm-se omissos, silentes, esquivos, tímidos para se posicionar politicamente no âmbito de suas profissões.

Pois olhem abaixo essa postagem no Instagram.
É uma espécie de pá de cal na gracinha de Leifert, o engraçadinho.
Porque mostram que, em 1968, havia atletas muito, mais muito mesmo, à frente de seu tempo.
Do tempo deles e do tempo de Tiago Leifert.


O Esporte e a política: ✊🏿 Uma bela história de protesto Foto icônica tirada durante os jogos olímpicos de 1968. Os dois negros no pódio são John Carlos e Tommie Smith, terceiro e primeiro lugares na prova dos 200 metros rasos na edição olímpica daquele ano. A fotografia é, ainda hoje, símbolo da luta contra o racismo e causadora de forte impacto emocional toda vez que sua história é contada.  A década de 1960 foi o ápice da luta contra o Racismo nos EUA, no ano dos jogos, o movimento negro passava por momentos difíceis, pois havia perdido líderes importantes como Malcom X, em 1965, e Martin Luther King, meses antes do inicio do evento.  Os dois corredores americanos chegaram às Olimpíadas do México como favoritos para vencerem a prova dos 200 metros, com tempos excepcionais, conseguiram lugar ao pódio, junto com o Australiano Peter Norman. Os dois americanos, no momento do hino nacional, levantaram os braços com os punhos cerrados(em referência à luta pelos direitos humanos) e colocaram uma luva nas mãos(representando o poder negro). Até o atleta australiano que acompanhava Tommie e John, concordou com o protesto, e usou um botom dos direitos humanos em seu peito, já que ele era a favor do protesto, pois a Austrália também tinha um regime bastante racista. A manifestação chamou a atenção do mundo inteiro, e foi o evento mais comentado daquela edição dos jogos Olímpicos. Tommie, John e Norman foram expulsos para sempre do esporte e tiveram que pagar pesadas multas. Mas a coragem deles e o ato de indignação ficaram para a história como um dos momentos mais emblemáticos do esporte. Os três atletas continuaram amigos até o fim da vida, Norman(o homem branco) sofreu muito quando voltou para sua terra natal, foi simplesmente deixado de lado pela Comitê Esportivo Nacional da Austrália e nunca mais conseguiu competir em alto nível. Em 2006 Peter Norman faleceu, Tommie e John carregaram seu caixão até a sepultura. Texto - Joel Paviotti
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