Vejam isto.
A notícia era destaque no site do Jornal Nacional até o início da madrugada desta terça-feira (17).
Um horror, não é?
Sim. Verdadeiramente um horror.
Mais de 300 mortos, no pior ataque
terrorista da Somália, país da África Oriental em
guerra civil há mais de 20 anos.
Um caminhão
carregado de explosivos expeliu uma bola de fogo que varreu quarteirões inteiros de Mogadíscio, a capital do país, atingindo hotéis,
embaixadas, prédios do governo e destruindo centenas de veículos.
Uma segunda explosão, em um mercado, deixou centenas de feridos, muitos
deles com queimaduras gravíssimas.
Pergunta-se, pois.
Por que mais de 300 mortos não comovem, por exemplo, a Europa, sempre tão visada pelo terrorismo e tão alarmando diante de tantas atrocidades que recentemente têm sido cometidas contra inocentes?
Por que nas ruas de grandes metrópoles europeias e de países de outros continentes não se veem passeatas e grandes manifestações em solidariedade às vítimas inocentes da Somália?
Por que clubes de futebol do mundo inteiro não fazem um minuto de silêncio, a exemplo do que costumam fazer depois de atentados como os que têm ocorrido em países europeus, mas com número de mortos muito inferior ao produzido pelo ataque terrorista no país africano?
Por que grandes jornais do mundo inteiro não estampam esse horror em suas primeiras páginas?
Por que as justas homenagens, a justa indignação por 30 ou 50 vidas ceifadas em ataques terroristas em outros países não se repetem quando mais de 300 pessoas morrem em condições idênticas em pobres países africanos ou asiáticos?
Uma vida é uma vida - na América do Sul, na América do Norte, na Europa, na África, onde for.
Uma vida é uma vida - de brancos, de negros, de pardos, de amarelos, qualquer que seja a cor.
Mas, ao que parece, o nível das comoções e da consternação pela perda de uma vida ou de várias vidas é calibrado por fatores outros - econômicos, geopolíticos, culturais, sei lá - que não propriamente a compaixão e a repulsa naturais de um humano pela tragédia que abate seus iguais.
Uma vida é uma vida - de brancos, de negros, de pardos, de amarelos, qualquer que seja a cor.
Mas, ao que parece, o nível das comoções e da consternação pela perda de uma vida ou de várias vidas é calibrado por fatores outros - econômicos, geopolíticos, culturais, sei lá - que não propriamente a compaixão e a repulsa naturais de um humano pela tragédia que abate seus iguais.
A repercussão das tragédias causadas pela hediondez do terrorismo é ditada também por conceitos e preconceitos claramente perceptíveis. Mas que muita gente insiste em negar esse fato.
Que horror!
Muito bem colocado.
ResponderExcluirKenneth.
Hoje no Programa Fox Spsrts Radio (da Fox Sports), os comentaristas Fabio Sormani e Flavio Gomes abordaram o assunto com esse mesmo enfoque, a falta de abordagem da grande imprensa sobre o fato. Por ser um programa esportivo fizeram um comparativo da atenção dada pela imprensa aos clubes do eixo Rio-SP.
ResponderExcluirPor isso que o esporte interativo cresceu.
ExcluirAbraços ao Amigo Kenneth.
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