sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

"La La Land" nos trata como uns imbecis. Quem gosta disso?


Os bolões para o Oscar, que acontece neste domingo, já começaram.
E o repórter não se conforma - não mesmo - desse filme, La La Land, ter sido indicado para 14 categorias.
Quatorze, gente.
Parece até brincadeira. E de muito mau gosto, diga-se.
Fui ver La La Land há umas duas semanas.
Sabia que não iria gostar. Mas fui querendo gostar. Não gostei.
Não gostei porque senti-me tratado como um imbecil (e posso até sê-lo, mas não gosto muito - e quem gosta? - de ser tratado como um).
La La Land nos vê de tal forma como imbecis que até quando a história se desloca para Paris, por exemplo, aparece a animação de um aviãozinho sobrevoando o globo terrestre até chegar à capital francesa.
Do contrário, parece que ninguém saberia que a história se deslocava de um lugar para outro.
Entenderam?
Putz!
Em compensação, o repórter assistiu a "Estrelas Além do Tempo".
Fenomenal.
Simplesmente fenomenal.
Racismo, preconceito, persistências, inteligências escanteadas simplesmente por valores pérfidos e arrogâncias que estimulam violências - tudo isso está lá, num filme que retrata, além disso, os bastidores do início da corrida espacial americana, na era Kennedy.
Também assisti a "Lion - Uma Jornada para Casa".
Também um filme marcante, sobre uma história tão banal - a perdição de um garoto e sua tentativa de reencontrar-se com suas origens -, mas que acaba comovendo e oferecendo um painel, ainda que não muito aprofundado, sobre um problema social gravíssimo na Índia, onde mais de 80 mil - sim, 80 mil - crianças desaparecem por ano, muitas delas sequestradas.
Admito que La La Land até poderia, sim, concorrer a algumas estatuetas.
Mas 14?
Nada a ver.
Enfim, é o Oscar.
Que muitas vezes nos surpreende até mesmo por essas coisas incompreensíveis.

Um comentário:

  1. O filme tem muitas cenas copiadas de outros filmes musicais. Tem até de "Sing indo te rain". É um.control-C tremendo.

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