quinta-feira, 31 de março de 2016

Direito e dever de governar para todos


STAEL SENA

"Acredito que todas as pessoas devem ser iguais perante a lei...Essa é a força de vocês." (Presidente dos EUA, Barack Obama, Cuba, 22.03.2016)

A presidente, Dilma Rousseff, tem o direito e o dever de governar para todos. Ela foi reeleita democraticamente para avançar no projeto de construção de uma sociedade livre, justa e solidária, garantir o desenvolvimento nacional, erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais, promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Eis os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil consoante estabelece o artigo 3º da Constituição Federal de 05 de outubro de 1988.
O abortamento pelo impeachment contra a presidente Dilma e seu governo - plantado e cultivado por alguns setores que querem o poder a qualquer custo - fragiliza o Estado Democrático de Direito brasileiro e estremece os Estados Americanos, revelando que a qualidade dos partidos e políticos estão precárias, a merecer uma reforma política urgente. Não se nega que a política constitui  um valor e instrumento estratégico para a construção de uma sociedade melhor. Dito de outra forma: nossa sociedade será mais ou menos justa e estável pelo modo como se articulam os fatores formais e reais que definem o exercício do poder e o respeito fundamental à Constituição de 1988.
A instabilidade política atual, permite afirmar que cabe ao Poder Judiciário a obrigação de garantir que a Constituição  de 1988 - nosso contrato contemporâneo democrático - seja respeitada plena e universalmente, não devendo e nem podendo incensar a instigação ao ódio e à intolerância. O Poder Judiciário brasileiro não deve e nem pode ser cúmplice da violação endógena contra o Estado Democrático de Direito.
Essa instabilidade se apresenta contra os grandes avanços e conquistas sociais em boa parte ocorridos nos últimos 15 anos. Internacionalmente, tem sido reconhecido o valor e o potencial das políticas públicas implementadas para contribuir para a diminuição das injustiças e reverter as brutais formas de exclusão e discriminação que sofriam grandes setores sociais e que vigoraram antes da última quinzena de anos. A situação é paradoxal
A velocidade do cometa popular contra a classe política, em geral, é crescente. A classe política, infelizmente, tem colaborado para ser muito mau avaliada pela população. O Poder Judiciário corre o mesmo risco, caso conduza-se na onda de virar as costas para a Constituição Federal de 1988. Precisamos, todos, lutar para preservar o Estado Democrático de Direito. Desta perspectiva, a estabilidade política aumenta as oportunidades de superar paulatinamente os efeitos negativos da crise econômica mundial sobre os níveis de emprego e renda dos brasileiros.

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STAEL SENA, advogado pós-graduado em Direito (UFPA)

5 comentários:

  1. Doutora advogada, quer dizer então que governo democraticamente eleito pode tudo, é?!
    Falta combinar com a Lava Jato, com o judiciário (e sua maioria de ministros escolhidos pelo gobierno democraticamente eleito), com a Polícia Federal.
    Ou será tudo mentira esse lamaçal sem fim, hein?!
    Basta dizer que não sabia nem sabe de nada e pronto?!

    Ass.: um não-otário.

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  2. Discurso furado.
    Preservar o Estado Democrático de Direito implica em colocar na prisão e fazer impedimento de quem cometeu crimes de responsabilidade ou crimes comuns, como foram as pedaladas fiscais, que ofenderam o um bem jurídico chamado BEM PÚBLICO em escancarada afronta a Lei de Responsabilidade Fiscal, que criminalizou essas condutas em 2001.

    E nem venham com essa asneira de dizer que governos anteriores pedalaram.... porque é o mesmo que dizer que o traficante de hoje não deve ser criminalizado porque o de ontem já traficava.

    Me poupe....

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  3. O nobre advogado comete alguns equívocos:
    1. Fidel enviou uma mensagem no jornal oficial cubano criticando Obama;
    2. A presidentE governa para todos.
    3. Sim, setores querem desestabilizar o governo. Mas eu, por exemplo, não quero, e sou favorável ao impeachment assim como vários cidadãos comuns como eu, intelectuais e alienados são a favor e contra.
    4. O impeachment não fragiliza ninguém, vide Collor.
    5. O PJ garante a instabilidade, tanto que vários ministros atuais e aposentados afirmaram que o impeachment atual é constitucional (vale lembrar que a maioria deles foi indicada pelo pt).
    6. As políticas públicas tem valor mas só podem ser implementadas com a respectiva orgiem dos recursos, caso contrário é pedalada.
    7. Sim os brasileiros estão desapontados com os políticos, mas o problema é que o povo brasileiro é corrupto. Político não é ET.
    8. A crise mundial não faz Paraguai, India, China e outros países que não são de primeiro mundo pararem de crescer, ainda que menos. Fora os ricos.
    9. Esse discurso não cola mais, colava até a época do FHC, que deve ser investigado, tanto quanto o ex-quase-ministro.

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  4. Quanto o PT batia o pé pelo impeachment do Collor e FHC...
    então, podia?

    Como é possível pessoas tidas como esclarecidas não enxergar tantos crimes e continuar a defender a "chefia" dos criminosos? Ou Marcelo Odebrecht e outros empresários mancomunados com o Governo e seus agentes não cometeram crimes? Seria algum distúrbio psicológico, ou psiquiátrico? Tem cura?
    Ou "boquinha boa" é poderosa e atua gerenciando valores conforme for mais interessante?

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  5. Anônimo1/4/16 09:48

    Podia. Só lembrando que Collor foi absolvido no stf depois do impeachment.

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