segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Artista plástica denuncia supostas irregularidades no CPC


 Vejam só.
A artista plástica paraense Berna Reale (acima, em uma de suas mais polêmicas instalações, em foto extraída do próprio site da artista), que também é funcionária pública há três décadas, exercendo atualmente o cargo de perita do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, em Belém, teria agredida verbalmente pelo diretor do Instituto de Criminalística, Silvio André Lima da Conceição.
A servidora e o diretor apresentam versões contrapostas, segundo matéria publicadana última quinta-feira pelo jornal O Globo. Há acusações recíprocas de desequilíbrio emocional que teria causado o destempero verbal, de uma e de outro.
Mas a discussão verbal é apenas um detalhe de questão muito mais grave que teria desencadeado o bate-boca: a denúncia de Berna Reale de que muitos peritos do Instituto de Criminalística seriam servidores em outros Estados e, portanto, raramente dariam as caras no trabalho, em Belém.
Vejam, abaixo, a matéria publicada em O Globo.

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Conhecida por trabalhos que lidam com temas como injustiça e violência, a artista paraense Berna Reale diz ter sido alvo de agressão no Centro de Perícias Científicas (CPC) de Belém (PA), onde trabalha como perita criminal. Na tarde de quarta-feira, conta a artista, ela relatou irregularidades ao diretor do Instituto de Criminalística do órgão, Silvio André Lima da Conceição. Berna diz que havia levado as queixas ao setor de Recursos Humanos do órgão e, quando retornava à sua sala, foi acuada pelo diretor.
— Ele gritava tanto que as pessoas começaram a sair de suas salas para ver o que estava acontecendo. Ele botou o dedo no meu nariz e tentou me levar à força para dentro, dizendo que ia me ensinar como respeitá-lo. Ele estava transtornado e só me deixou quando percebeu que havia muita gente observando a cena — disse Berna ao GLOBO, por telefone.
Perita há seis anos (e servidora pública do Pará há 31), a artista conta que denunciou o fato de muitos peritos do órgão serem servidores em outros Estados e, portanto, aparecerem raramente nas dependências do CPC.
— Juntei provas disso, fiz um dossiê e levei à Corregedoria. Nada aconteceu. Ontem, questionei o diretor: “Por que o senhor não faz nada a respeito?”, e ele reagiu de forma agressiva.
Uma das artistas representantes do Brasil na última Bienal de Veneza, a mais importante exposição de arte do mundo, Berna costuma criar trabalhos que lidam justamente com a violência — seja a policial, seja aquela praticada contra as mulheres ou em decorrência da miséria.
— Eu sou uma artista que fala sobre violência, não posso me calar. Não posso mais — completou, aos prantos. — Não tenho mais como fazer minha arte se não for honesta comigo mesma. Não posso fazer o que faço e me calar diante disso.

OUTRO LADO
Procurado pelo GLOBO, o diretor do Instituto de Criminalística negou que tenha sido violento e disse que Berna estava “desestabilizada emocionalmente”:
— Ela adentrou minha sala questionando um ato meu que transferia um funcionário para outro lugar. Ela não é gerente, não tem esse poder. Quando disse isso a ela, ela saiu da sala desestabilizada. Quando a encontrei no corredor, eu disse apenas que, se ela quisesse insultar alguém, que ficasse no lugar para ouvir a resposta. Ela me chamou de machista e covarde, mas eu não a agredi — afirmou o diretor.
Quando a reportagem perguntou sobre as testemunhas que presenciaram a cena, Lima da Conceição disse:
— Vamos esperar para ver se ela vai conseguir reunir testemunhas.
Berna, por sua sua vez, listou os nomes dos funcionários presentes e completou:
— Você acha que eles vão depor? Há um corporativismo muito grande na polícia. Você acha que, quando alguém de poder o agride, os subalternos vão sair contra essa pessoa? Você sabe o que é uma mulher se revoltar contra o diretor de criminalística do Estado? Eu não tenho forças, preciso de toda a ajuda, e por isso vim a público. Não vou mais me calar.
Berna contou que passou quase três horas na delegacia à espera de que fosse feito um boletim de ocorrência.
— Quando cheguei à delegacia, eles já sabiam que eu iria lá para fazer o boletim e me deixaram esperando por horas. Só aceitaram ouvir meu depoimento porque perceberam que eu não iria embora — afirmou Berna.
A artista seguia na quinta-feira em sua sala:
— Preciso dar meu plantão, porque é meu trabalho, não quero perdê-lo. 

6 comentários:

  1. PB, essa foto é montagem?

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  2. Não sei, Anônimo.
    A única coisa que sei é que a foto foi extraída do próprio site da artista, conforme indica o link.
    Abs

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  3. Anônimo, a foto não é montagem. A Berna inclusive já concedeu entrevista sobre a obra retratada na foto.

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  4. O importante aqui é a matéria e não a foto. Ou não? Parabéns à Berna por não compactuar com gente que bate panela pra Dilma vazar mais é Macunaima.

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  5. Conversei com um parente Web Designer, além de fotógrafo e edição de vídeos para clientes. Ele visitou o site da artista plástica Berna Reale, onde também contemplou uma outra foto dessa performance, e concluiu: "A foto é real, sim. Provavelmente, com o uso de softwares e filtros, tipo HDR aplicado para saturar e distorcer as cores, por exemplo, dá-se "um toque" para realçar detalhes da fotografia, etc".

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  6. Ela tem que levar esse dossiê no Ministério Público ( se bem que no MPE também não vai dar em nada).

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