Vamos combinar?
Então combinemos.
Uma coisa é uma coisa. Outra coisa é outra coisa.
Uma coisa é a seguinte: Dilma Rousseff fez muita idiotice no final de seu primeiro mandato.
Outra coisa é a seguinte: Eduardo Cunha é um chantagista.
Uma coisa é a seguinte: Dilma cometeu, sim, um estelionato eleitoral - fez no início de seu segundo mandato exatamente o que atribuiu a seus adversários como tendentes a fazer se ganhassem as eleições presidenciais.
Outra coisa é a seguinte: Eduardo Cunha é um chantagista.
Uma coisa é a seguinte: Dilma meteu os pés pelas mãos ao pisotear na Lei de Responsabilidade Fiscal.
Outra coisa é a seguinte: Eduardo Cunha é um chantagista.
Uma coisa é a seguinte: em condições normais de temperatura e pressão, um processo de impeachment não é golpe, desde que sintonizado, afinado, subordinado às regras da lei que rege o próprio impeachment e a princípios constitucionais que não podem ser ignorados, como o da ampla defesa.
Outra coisa é a seguinte: Eduardo Cunha, mesmo usando de suas prerrogativas e faculdades para decretar a abertura de um processo de impeachment, usurpa dessas faculdades e prerrogativas quando chantageia, negaceia, faz cambalachos, usa de expedientes vis e desonra não apenas o mandato que exercer, mas a instituição que preside.
Não há cabimento, não há lógica, não há racionalidade alguma em termos o presidente da Câmara, o terceiro na linha sucessória da República, agindo em causa própria.
É incabível, ilógico e irracional um sujeito como Eduardo Cunha fazer chantagem como fez ontem: ele só anunciou sua decisão de acolher o pedido de impeachment da presidente depois que o PT decidiu votar favoravelmente ao prosseguimento que tramita no Conselho de Ética da Câmara contra o presidente da Câmara.
E se o PT não tivesse anunciado tal decisão? O pedido de impeachment, é claro, continuaria na gaveta.
Por quê?
Porque Eduardo Cunha está se lixando para a estabilidade democrática.
Está se lixando para higidez das instituições.
Está se lixando para a credibilidade e respeitabilidade da instituição que ele preside.
Está se lixando para a honorabilidade que a classe política deve buscar sempre e sempre, muita embora, na média, esteja muito distante de alcançar esse anseio.
Eduardo Cunha está preocupado apenas consigo mesmo, em salvar seu mandato, em continuar na presidência da Câmara, em usar seus poderes para chantagear, como vem chantageando.
Olhem, meus caros: o Brasil não pode ficar refém de um chantagista. Não pode.
Devem ter consciência disso tucanos, petistas, peemedebistas, psolistas, redistas, os cidadãos que não têm simpatias por nenhum partido, enfim, todo mundo.
Além disso, é fato de que, de sessão em sessão, de adiamento em adiamento,
a Câmara, por seu digníssimo Conselho de Ética, vai postergando,
protelando, retardando e cambalanchando
a decisão sobre se dá seguimento ao processo contra o acima de quaisquer
suspeitas Eduardo Cunha (PMDB-RJ), esse monumento vivo à transparência.
Ontem, vários deputados que integram a comissão
ainda apelaram
para que a reunião fosse marcada para hoje.
Mas não teve jeito.
A parada foi adiada, ao que parece, para a
próxima terça-feira.
Resultado: Cunha ganha mais tempo para negociar.
Para negociar e negacear, seja bem dito.
Daqui até a próxima terça-feira, esse elemento -
que nem sequer merece exercer um mandato legislativo, quanto mais a presidência
da augusta Câmara – continuará manejando os cordéis de sua astúcia para ver se
consegue safar-se desse processo por quebra de decoro.
Daqui até a próxima terça, Cunha usará
seus poderes como uma gazua para arrombar as portas de suas conveniências.
Nunca se viu – ou poucas vezes se viu – o
presidente de uma das casas congressuais chantageando de forma tão aberta, escandalosa, visceral e imoral.
Isso é inacreditável.
Sem brincadeira!
Concordo com você. Esse vale tudo me dá medo. Os adeptos desse Cunha nem disfarçam vão pra mídia achacar esse governo. Se ela tem que sair que não seja por acordos espúrios que seja sem tapetão. Deixar o Temer eu tremo de medo.
ResponderExcluirAlguns detalhes: as pedaladas teriam ocorrido também no primeiro semestre deste ano. Entã atngiriam o mandato atual. Por que o governo está sem dinheiro? Além da inconpetência administrativa é porque não pode mais pedalar. O fato de Cunha estar sendo processado não inviabiliza o impeachment. Outra: o impeachment é político e não jurídico. Collor foi afastado e depois o stf o inocentou. Outra: existe o impeachment culposo. Se a campanha dela foi com dinheiro bancado por quem fez o trabalho sujo, como Delcídio, Vaccari e outros, contaminou o mandato atual. Fora o que não sabemos.
ResponderExcluirCunha acabou de se pronunciar afirmando que Dilma mentiu a nação, mentiu porque tentou pessoalmente barganhar o não seguimento do rito do impeachment com os três votos do PT no conselho de ética a favor de Eduardo Cunha, e aprovação da CPMF. Cunha afirmou que não aceitou negociar com o planalto, que enviou como mensageiro Jaques Wagner e o deputado André Moura, que antes das 10h da manhã de ontem ele ja havia mandado publicar o pedido de abertura de impeachment, ou seja, antes de os parlamentares do PT declararem voto a favor da admissibilidade do processo contra Cunha no conselho de ética.
ResponderExcluirNão pode vingar o impeachment cujo ato de instalação é a chantagem de um bandido.
ResponderExcluirConcordo com você, sem tirar nem por.
ResponderExcluirEduardo Cunha, hoje representa para o Brasil o que de pior pode existir na política, o indivíduo individualista, louco pelo poder, e o exerce de forma autoritária e sem escrúpulos.
Sua ética e sua moral só encontram barreiras em seus interesses particulares, e utiliza de um discurso hipócrita para agravar a crise institucional instalada no Brasil.
Irresponsável, seria pouco para descreve-lo.
Grandes dias foram aqueles que a Presidência de tal colegiado era de políticos sérios, como aquele que já partiu para a eternidade e deixou gravada na história de nossa Nação seus atos de coragem em bravura contra tiranos semelhantes, Ulysses Guimarães.
O mínimo que deveria existir na pessoa que ocupe tal cargo é o respeito pelos seus antecessores, que muitas vezes, de forma brilhante, ajudaram a sanar crises institucionais tão grande ou maiores do que esta.
Peço desculpa pelo meu discurso inflamado, mas me dói o peito saber que tal ser direciona e comanda de forma direta e indireta a vida de milhões de brasileiros e o destino da nossa Democracia.
E a Dilma e o PT por acaso não são loucos pelo Poder?
ResponderExcluirOra, me poupem! O tempo da idiotia acabou.