Depois do turbilhão – ou turbilhões –
desencadeado pelas prisões do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e de um dos
sócios do BTG Pactual, o banqueiro André Estaves, a situação financeira da rede
de farmácias Brasil Pharma tende a piorar – celeremente e gravemente.
Na última quarta-feira, dia da prisão, os papéis
da Brasil Pharma levaram um tombo de 10%, o menor valor valor desde o IPO,
assim entendida a primeira vez que uma empresa abre seu capital e faz uma
oferta pública de suas ações.
Criada para consolidar redes de farmácias, a
Brasil Pharma tem o BTG Pactual como maior sócio. Foi ela, não esqueçam, que
incorporou a paraense Big Bem em 2011, um negócios de R$ 500 milhões.
No terceiro trimestre de 2014, a companhia registrou
prejuízo acumulado de R$ 92,5 milhões, mesmo com o aumento das vendas brutas em
cerca de 6,6% no mesmo período. No final desse desse mesmo ano, a empresa
anunciou um empréstimo junto ao Bradesco de R$ 35 milhões, na oitava operação
de financiamento por meio de crédito daquele ano.
No início deste ano, a crise da Brasil Pharma
começou a ser agravar. Em janeiro, suas ações chegaram a cair 55%. Em dois
anos, os papéis perderam 91,8% de seu valor, segundo a consultoria Economática.
Para complentar, a Brasil Pharma teve rebaixada
sua nota de risco pela agência Moody’s, que citou uma “contínua e severa
deterioração da liquidez da empresa nos últimos meses”.
No
início deste mês, confirmou-se que Raul Aguilera, o fundador da rede Big Ben
deixará o grupo em janeiro. Em princípio, essa mudança pode acelerar a
integração da Big Ben, que representa metade do faturamento da Brasil Pharma,
mas ainda funciona de forma quase independente.
Bom para os concorrentes e ruim pro consumidor.
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