sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Prisão traz reflexos para a Brasil Pharma, a controladora da Big Ben


Depois do turbilhão – ou turbilhões – desencadeado pelas prisões do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e de um dos sócios do BTG Pactual, o banqueiro André Estaves, a situação financeira da rede de farmácias Brasil Pharma tende a piorar – celeremente e gravemente.
Na última quarta-feira, dia da prisão, os papéis da Brasil Pharma levaram um tombo de 10%, o menor valor valor desde o IPO, assim entendida a primeira vez que uma empresa abre seu capital e faz uma oferta pública de suas ações.
Criada para consolidar redes de farmácias, a Brasil Pharma tem o BTG Pactual como maior sócio. Foi ela, não esqueçam, que incorporou a paraense Big Bem em 2011, um negócios de R$ 500 milhões.
No terceiro trimestre de 2014, a companhia registrou prejuízo acumulado de R$ 92,5 milhões, mesmo com o aumento das vendas brutas em cerca de 6,6% no mesmo período. No final desse desse mesmo ano, a empresa anunciou um empréstimo junto ao Bradesco de R$ 35 milhões, na oitava operação de financiamento por meio de crédito daquele ano.
No início deste ano, a crise da Brasil Pharma começou a ser agravar. Em janeiro, suas ações chegaram a cair 55%. Em dois anos, os papéis perderam 91,8% de seu valor, segundo a consultoria Economática.
Para complentar, a Brasil Pharma teve rebaixada sua nota de risco pela agência Moody’s, que citou uma “contínua e severa deterioração da liquidez da empresa nos últimos meses”.
No início deste mês, confirmou-se que Raul Aguilera, o fundador da rede Big Ben deixará o grupo em janeiro. Em princípio, essa mudança pode acelerar a integração da Big Ben, que representa metade do faturamento da Brasil Pharma, mas ainda funciona de forma quase independente.

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