quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Bancada do Pará quer explicação sobre redução de contingente

Da Agência Câmara
A bancada do estado do Pará na Câmara dos Deputados deverá propor nos próximos dias audiências com os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e do Planejamento, Nelson Barbosa, para discutir a redução do número de policiais rodoviários federais no estado.
A perda de efetivo da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na região amazônica foi tema de audiência pública promovida nesta quarta-feira (12) pela Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia.
Vice-presidente da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais e único convidado presente à audiência, Antônio Carlos Lima cobrou a imediata reabertura de 10 postos de fiscalização da PRF no Pará.
Sem atrativos
Ele explicou que, em 2009, o efetivo da PRF no estado era de 472 policiais, distribuídos por 20 unidades operacionais e responsáveis pela fiscalização e controle de 10 BRs – 4.346 km. Em 2015, segundo ele, as unidades operacionais estão reduzidas pela metade (10 postos) e o efetivo caiu para 397 policiais, mesmo com aumento da malha rodoviária (11 BRs – 4706 km).
“Nós não temos atrativo para manter o policial no estado. Não temos a continuidade do trabalho por pessoas experientes. As pessoas vão para lá, ficam três anos e pedem remoção”, revelou o inspetor da PRF. “Está se encerrando agora um curso de formação com 200 novos policiais, mas nenhum vai para o Pará”, acrescentou Lima.
O inspetor da PRF citou ainda o exemplo de Altamira, onde fica a Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Lá, segundo ele, a população cresceu mais de 400% nos últimos anos e mesmo assim existe apenas uma unidade da PRF com 25 policiais para tomar conta de 800 km de rodovias.
Situação deprimente
Diante do diagnóstico de Lima, o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) que propôs o debate sobre o assunto, lamentou a ausência de representantes do governo federal na reunião. “Vamos dar um prazo de 15 dias para termos essas audiências com os ministros. Caso contrário, aprovaremos um requerimento de convocação para a vinda deles a essa comissão”, disse Jordy, que teve o apoio da presidente do colegiado, deputada Julia Marinho (PSC-PA), e de outros parlamentares.
Jordy disse que a situação da PRF nos estados amazônicos é deprimente e vem causando problemas operacionais. “Depois vamos chorar com os indicadores de prostituição infantil, de tráfico de drogas e com outros problemas como o comércio ilegal de madeiras e minérios”, alertou Jordy.
Crescimento populacional
Diversos deputados do Pará destacaram o crescimento da população e o aumento da infraestrutura local e da malha rodoviária do estado para justificar a necessidade de mais policiais no estado.
“Esse estado não é mais o mesmo. Precisamos mostrar para o governo federal que, passados 10 anos, essas rodovias mudaram muito. Todas estão se interligando”, disse o deputado Zé Geraldo (PT-PA), citando como exemplo a BR 158, que serve para o escoamento da soja produzida no Centro-Oeste.
Transamazônica
A deputada Julia Marinho citou o exemplo da BR 230, conhecida como Transamazônica. “A Transamazônica, na divisa do Pará com Tocantins, não tem nenhuma fiscalização. A gente entra e sai livremente. O posto foi fechado e a gente fica um tanto assustado com esse esvaziamento [dos postos]”, observou.
Também paraenses, os deputados Hélio Leite (DEM) e Simone Morgado (PMDB) defenderam a iniciativa de ouvir os ministros da Justiça e do Planejamento. “Vamos fazer um ofício assinado por toda a bancada do Pará deixando claro nossa intenção: a reabertura dos 10 postos da PRF e o aumento do efetivo”, disse Leite.
Já a deputada quer saber do Planejamento quais os planos do governo para o estado do Pará. “Que planejamento é esse que fecha postos e diminui o numero de servidores?”, indagou.

Um comentário:

  1. O mesmo ocorre com todas as demais carreiras federais.
    Raríssimos os que ficam.
    Isto é resultado da ausência de políticas em todas as esferas de governo, além, por óbvio, da deseducação do povo (sem generalizar, é claro), que em nada contribuiu para que quem seja de fora aqui permaneça.
    Isso sem contar com a violência histórica daqui.
    Só fica quem precisa mesmo.

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