Treze, meus caros. Um, dois, três, quatro... até
13. Isso tudo na Grande Belém.
É uma guerra civil?
Não pensem que é.
Não pensemos que é.
Porque não é.
A guerra – seja civil ou militar – consiste em
dois lados se enfrentando. Se há desigualdade, se há desproporção de forças, não importa. O que
importa é que são dois lados se confrontando.
Não é o que acontece nesta selva de violência que nos cerca, nos engolfa e nos assusta.
Estamos, de um lado, todos nós, cidadãos
indefesos, desarmados, amedrontados, apavorados.
Do outro lado, facínoras armados, cada vez mais
ousados, bárbaros e cruéis.
Se não temos guerra civil, temos o quê, então?
Uma carnificina, é evidente.
Uma carnificina - sem tirar nem pôr.
Não é chacina porque não existe uma ação
concertada (com “c” mesmo, não esqueçam), combinada, articulada, como a que
ocorreu em novembro do ano passado, quando
11 pessoas foram mortas em vários bairros de Belém.
Não é chacina porque a criminalidade é dispersa,
disseminada, não poupa ninguém – nem a classe média, que vive nas áreas mais
centrais da cidade ou em condomínios horizontais em locais mais afastados, nem
os mais humildes de bairros da periferia, que não podem sequer reunir-se com
seus filhos numa casa de recepções, sem que corram o risco de sair dali para
cemitério.
Entre as mortes do final de semana, registre-se
um traço comum em duas delas.
A primeira, do universitário Lucas Silva da
Costa, 19 anos, morto
na madrugada do último domingo, no Marco.
Olhem aqui o relator do professor Rafael
Boulhosa, que viajaria com os estudantes – entre eles Luca – no ônibus que foi
invadido pelos assaltantes: "Os jovens entregaram os celulares e seus
pertences. Os assaltantes já iam saindo, quando um deles voltou e baleou um
jovem que ia prestar esse tipo de atendimento à comunidade. Todos nós estamos
muito abalados por vermos pessoas que só querem fazer o bem para os outros em uma
situação negativa como essa”.
O outro caso chocante foi o de uma criança de
oito anos, apenas oito anos de idade, assassinada quando brincava com outra
numa festa infantil, em casa de recepções no conjunto Júlia Seffer.
O que sobressai num caso e noutro? O jovem e a
garota foram mortos cruelmente, sem esboçar reação, sem demonstrarem qualquer
intenção de enfrentar o bandido que empunhava a arma.
Sabem aquela primeira, básica e essencial da
lição dos manuais de sobrevivência que todos devemos seguir, na selva de
brutalidade em que nos encontramos?
A primeira, básica e essencial regra de conduta
prescreve o seguinte: não reaja, não esboce reação alguma.
Lucas não esboçou reação alguma.
A menina de oito anos estava brincando.
Eles foram mortos mesmo assim.
Foram cruelmente assassinados.
Como
eles, tantos inocentes que não sabem o que fazer para escapar da carnificina
que nos assola.Ah, sim.
E ontem à noite, mais um universitário foi assassinado. Também ele Lucas.
Lucas Batulevicios Pereira Menezes, 23 anos, estava a caminho de uma faculdade no centro de Belém quando foi baleado e morto dentro de seu próprio carro, na avenida Centenário, sentido avenida Júlio César.
O horror! O horror!
Ecos de uma justiça "boazinha" com os criminosos.
ResponderExcluirEsses, tem uma montanha de benefícios, progressão de pena, inúmeros recursos pelos intermináveis meandros da lei.
IMPUNIDADE.
Tá demais. Que horror!
ResponderExcluirSó soluções radicais para baixar a criminalidade.
Primeiro, como o problema social mostra suas consequências na violência, fazer imediata contratação de policiais militares com salários mais dignos. Descuidaram da educação e agora estamos sentindo seus efeitos....
Sugiro que a prefeitura/governo do Estado proíbam, em conjunto, o uso de motos nas cidades mais violentas, a partir das 18h, ou a utilização do carona na moto durante todo o dia, criando multa de R$ 1.000,00 pela infração e apreensão da moto. Deixar ao Judiciário resolver se a medida é contrária à ausência de legislação federal sobre o caso.
Mas o problema não está só no Executivo, onde se tem notícias de muitas fugas das cadeias durante o ano todo e que, para evitá-las, deveríamos imediatamente aumentar a segurança nas cadeias e penitenciárias.
O Judiciário também precisa fazer a parte dele, mantendo preso o infrator até a prolação da sentença. Se for absolutória, solta; caso contrário o sujeito permanece preso. Deixar que o STJ e o STF resolvam eventuais situações contrárias a sua jurisprudência. Inclusive, defendo Direitos Penal e Processual Penal desvinculados da competência da União para legislar, porque melhor refletiria a realidade de cada local. Os índices de violência daqui não são os mesmos que de Santa Catarina, por exemplo.
E adianta fazer passeata aos domingos na sombra? Toda vez é isso, uma mobilização que leva muitos por um fim de semana a clamar por justiça. Muitos desses usuários de algum tipo de droga que financia toda essa violência. Querem fazer algo pra mudar? Parem de fumar a sua maconhinha pra acalmar, pressionem o governo do estado a contratar e valorizar os policiais, pressionem os deputados a mudarem as leis que tanto protegem e oferecem tantos recursos e indultos. A solução todos sabem, mas falta ao Brasil mobilização e vergonha na cara. Enquanto isso vivemos achando normal esse clima de guerra. Vivemos uma guerra com uma legislação de paz.
ResponderExcluirEstá provado que polícia não vai reduzir o problema. Comecem a limitar o número de festas, inclusive dos "barões". O prefeito tem de mandar medidas para reduzir esse tipo de atividade. O que arrecadam de impostos municipais não paga o número de vidas. Os traficantes também desfilam nas noitadas onde corre a grana. Para ir às festas e comprar drogas eles assaltam e matam. Prefeito ! Não agrade uma mínima minoria em detrimento da vida da maioria . O senhor tem dinheiro para blindar seu carro e mandar sua família para locais mais seguros. Deputados! Acordem ! Ficam calados e mantém os festeiros livre leve e soltos! Acabem com esse protecionismo! Bebida só dá emprego para as garrafas.
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