terça-feira, 5 de maio de 2015

Duciomar vereador? Lembrem-se de Augusto Meira Filho.

Petebistas é que garantem.
Com o lançamento do nome do vereador Pio Netto à Prefeitura de Belém, nas eleições do próximo ano, o ex-prefeito Duciomar Costa não apenas o apoiará como vai concorrer a um mandato de vereador.
Se esse cenário realmente se confirmar, teremos Duciomar voltando às suas origens na política.
Foi como vereador que ele começou. Foi como vereador que fez nome. E se projetou tanto na vereança (hehe) que nos anos 1990 foi condenado pelo crime de charlatanismo, eis que prescrevia lentes de grau, como se fosse oftalmologista. A sentença foi prolatada pelo então juiz federal Edison Messias de Almeida, hoje aposentado e comandando uma das mais bem-sucedidas bancas de advocacia do Pará.
Mesmo assim, Duciomar chegou a deputado estadual, senador e prefeito de Belém por duas vezes.
Por que tenta voltar à Câmara Municipal? Porque as urnas já o reprovaram nas últimas eleições e porque o dotô sabe que será reprovado outras tantas vezes, tal foi o desastre, a catástrofe, o terror de suas duas gestões à frente da capital paraense.
É uma pena que perdure o conceito de que o mandato de vereador é coisa para iniciantes na política ou então para gente reprovada nas urnas, quando tenta chegar a cargos eletivos mais altos.
Uma Câmara Municipal, ao contrário, é o âmbito do Poder Legislativo onde deveriam militar os quadros mais qualificados, mais preparados, de maior excelência - intelectual e moral, inclusive.
Por quê?
Porque não moramos no país. E nem no Estado. Moramos na cidade, o microcosmo mais perto de cada um de nós.
Em Belém, tivemos uma figura como Augusto Meira Filho (na foto, sentado).
Foi uma das maiores expressões intelectuais e políticas do Pará. Era conhecido como o Eterno Namorado de Belém. Entre mais de 20 obras que publicou, inclui-se Evolução Histórica de Belém do Grão-Pará, editado em 1975.
Meira Filho exerceu três mandatos como vereador. Travou um tal vínculo com a Câmara Municipal de Belém que o prédio que abriga o Legislativo municipal leva o nome de Palácio Augusto Meira Filho.
E aí?
E aí que esse é um exemplo emblemático da relevância e excelência que o Legislativo municipal deveria merecer.
Mas nem sempre é assim.
Uma pena que não seja assim.

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