sexta-feira, 24 de abril de 2015
A violência que embrutece
A violência embrutece, não é?
É embrutecedora a violência que assola Belém.
É tão embrutecedora que já nem mais nos espantamos com as estatísticas macabras sobre o número de homicídio de cada final semana, que os jornais nos apresentam em suas edições regulares às segundas-feiras.
É tão embrutecedora a violência que já perdemos certos parâmetros de avaliação. Perdemos algumas referências.
Em novembro do ano passado, ficamos todos chocados com a brutalidade da chacina em que dez pessoas foram mortas em poucas horas, depois que um cabo da PM foi assassinado por bandidos.
Pois na última terça-feira à noite, pelo menos sete pessoas foram mortas na Grande Belém, três delas apenas no bairro do Jurunas, inclusive um advogado.
Sete pessoas, meus caros.
Todas mortas também em algumas horas.
E já nem falamos mais nisso.
Na chacina, sim - eis que os assassinatos ocorreram de forma concatenada, concertada (com c mesmo, não esqueçam), articulada.
Nas mortes de terça-feira, não falamos mais porque foram isoladas, cada uma resultado de uma atrocidade.
Que coisa!
Embrutecidos, estamos todos perdendo alguns parâmetros de avaliação para perceber as dimensões da violência que assola a cidade.
É o que eu chamo de "se acostumar" com a barbárie.
ResponderExcluirEstamos perdendo a capacidade de indignação, com tudo isso que aí está.