sexta-feira, 13 de março de 2015

Procura-se o articulador dos articuladores de Dilma

Pepe Vargas, o desastrado: Aprés moi, le déluge ("Depois de mim, o dilúvio"), como disse Luiz XV de França
É quase inacreditável, mas a presidente Dilma, em pleno processo de ebulição política, com um governo desnorteado enfrentando as consequência de uma crise crescente e de uma base aliada que se esfacelou, parece ter escolhido a si mesma como a sua maior, mais resoluta e decidida adversária.
Sua Excelência escolheu o desastrado petista Pepe Vargas para seu articulador político. O maior legado dele para o governo Dilma foi contribuir, entusiasticamente, para a vitória de Eduardo Cunha como presidente da Câmara. Depois disso, a presidente, se não chegou a chamá-lo de "meu ministro da desarticulação", como chamava Ideli Salvatti, pensou em fazê-lo.
Até que Dilma passou a encher mais e mais a bola de seu ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, tido e havido como um egocêntrico de tal monta que, pela manhã, quando acorda e se olha no espelho, costuma dois bons dias - um para ele mesmo, outro para sua imagem.
Articulador político de Dilma, Mercadante também virou logo, logo o desarticulador-mor. E a Imprensa do país inteiro passou a dizer que presidente o despacharia dessas funções, deixando-o apenas com as obrigações atinentes e exclusivas a seu cargo, o de chefe da Casa Civil.
E o que faz a presidente? Oficialmente, mantém Mercadante no cargo e anuncia que vai incluir na coordenação política mais três integrantes de sua equipe - os ministros Gilberto Kassab (Cidades), do PSD; Aldo Rebelo (Ciência e Tecnologia), do PCdoB; e Eliseu Padilha (Aviação Civil), do PMDB.
Hehehe.
Fora de brincadeira, digam vocês aí: em que governo, no mundo inteiro, os articuladores políticos são quatro?
Com uma equipe de articulares dessas, meus caros, será preciso pinçar, dentre os quatro, aquele que terá o papel de ser o articulador dos articuladores.
Porque é evidente que, num governo desastrado e desarticulado como esse, em que três articuladores já foram despachados, escolher quatro para essa função indica, com todo o respeito, que a presidente Dilma parece ter escolhido a si mesma como a sua maior, mais resoluta e decidida adversária.
Sem brincadeira.

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